O apartamento de férias do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e da mulher, Olena Zelenska, localizada na península da Crimeia, vai ser nacionalizado e vendido. O valor angariado pela venda será usado para financiar a guerra, anunciou o líder do auto-instalado governo pró-russo na Crimeia.
Num vídeo divulgado recentemente, o líder pró-russo da Crimeia anuncia que vão ser nacionalizadas 57 propriedades pertencentes a magnatas e figuras públicas ucranianas, noticia o The Telegraph. Na lista dessas propriedades está um apartamento registado em nome de Olena Zelenska, a primeira-dama da Ucrânia.
“A Crimeia irá recuperar os direitos de um número de propriedades, incluindo um edifício em Simferopol que pertence ao banido Parlamento Tatar da Crimeia assim como um apartamento de Olena Zelenska”, afirma Sergey Aksyonov.
O apartamento “penthouse” fica localizado na costa do Mar Negro, na cidade de Livadia, e foi adquirido por Zelensky em 2013. Segundo os media estatais russos, a propriedade vale 800 mil dólares (cerca de 746 mil euros)
A família do atual Presidente nunca chegou a habitar esta casa de férias. Numa primeira fase, o imóvel esteve em remodelação e, terminadas as obras, deu-se a anexação da Crimeia - que impediu o acesso à propriedade.
O porta-voz do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, disse que o imóvel irá ser vendido e o valor angariado pela venda será usado para financiar as forças russas na guerra.
“Irá ser posto à venda e o dinheiro irá, em primeiro lugar, para as necessidades da operação militar especial, para as famílias dos soldados mortos e para as famílias dos homens que estão mobilizados”, disse, em declarações à televisão estatal Russian TV.
Rússia expropriou milhares de propriedades na Crimeia
Desde a anexação da península da Crimeia pela Rússia, em 2014, milhares de propriedades foram nacionalizadas pelo auto-instalado Governo pró-russo. Só no primeiro ano, mais de 4.000 pessoas e empresas ficaram sem os seus terrenos.
Alguns dos proprietários viram-se forçados a pagar subornos às autoridades russas para evitar perder o direito às suas propriedades, avança o The Telegraph.
Ainda no início deste ano, cerca de 700 propriedades – desde terrenos e vinhas até fábricas – receberam ordem de nacionalização por parte do Governo pró-russo. Pertenciam a magnatas ucranianos, suspeito de realizar “atividades inimigas” contra Moscovo e de estarem ligados ao Governo de Kiev.