O líder da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, reiterou a preocupação com a segurança da central nuclear de Zaporijia.
Depois da recente explosão de duas minas, Grossi diz que o tempo está a esgotar-se no que toca à segurança da maior central atómica da Europa. Fala em consequências graves para a saúde humana e para o ambiente e, por isso, apela a medidas urgentes para proteger as instalações.
"Se não agirmos para proteger a central, a nossa sorte vai mudar mais cedo ou mais tarde, com consequências potencialmente graves para a saúde humana e o ambiente", advertiu Grossi num comunicado divulgado em Viena, sede da AIEA, reiterando os receios já manifestados em diversas ocasiões pela organização.
A central de Zaporíjia está sob controlo das forças russas desde o início da guerra, em março do ano passado, e tem sido palco de constantes ofensivas militares.
As duas explosões de minas terrestres ocorreram nas imediações das instalações, a primeira no dia 8 de abril e outra quatro dias mais tarde, segundo o comunicado.
Ainda não se sabe o que deu origem às explosões, sublinhou Grossi, que se reuniu com altos responsáveis russos na semana passada, na Rússia, depois de ter estado na central, pela segunda vez desde o início da guerra.
O diretor da AIEA advertiu também que as instalações, onde estão seis reatores nucleares, continuam a depender de uma única linha elétrica em funcionamento, o que constitui "um risco importante para a segurança nuclear".
Uma outra linha elétrica de emergência foi danificada no dia 01 de março e continua por reparar, segundo a agência da ONU.
A AIEA assinalou que a situação do pessoal na central continua "complexa e difícil", com escassez de funcionários.