Guerra Rússia-Ucrânia

Ataques aos gasodutos Nord Stream: Rússia quer investigação internacional da ONU

Investigação das autoridades alemãs à sabotagem dos gasodutos Nord Stream revelou indícios de ligações à Ucrânia.

Danish Defence Command / HANDOUT

Lusa

A Rússia garantiu esta terça-feira que vai procurar que ao longo deste mês o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) vote uma proposta para lançar uma investigação internacional sobre os ataques aos gasodutos Nord Stream em setembro passado.

A delegação russa já havia circulado um projeto de resolução nesse sentido e hoje reagiu a uma reportagem do jornal The New York Times, segundo a qual novas informações analisadas por autoridades norte-americanas sugerem que a sabotagem foi realizada por um grupo pró-ucraniano.

"Isso mostra que estamos a fazer a coisa certa ao pressionar por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para iniciar uma investigação internacional liderada pelo secretário-geral da ONU sobre a sabotagem dos Nord Stream", disse o vice-embaixador da Rússia no Twitter, Dmitry Polyanskiy.

O diplomata destacou que os países do Conselho já realizaram três rodadas de consultas a nível de especialistas sobre o projeto de resolução e garantiu que a votação "definitivamente" ocorrerá antes do final de março.

Ataques aos gasodutos? Há indícios de ligações à Ucrânia

Os ataques aos gasodutos, que não estavam em serviço, provocaram duas fugas em cada um deles, duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais.

Segundo autoridades norte-americanas, citadas pelo The New York Times, não há evidências de que o Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky ou os seus assessores mais próximos estejam envolvidos na operação.

Também esta terça-feira, foi divulgada uma investigação conjunta de vários meios de comunicação alemães, afirmando que as investigações das autoridades do país sobre o ataque encontraram vestígios que levam à Ucrânia.

Investigadores alemães conseguiram reconstituir como ocorreu a explosão e identificaram uma embarcação supostamente usada na operação, alugada por uma empresa com sede na Polónia de propriedade de dois cidadãos ucranianos, segundo a referida imprensa, incluindo a rede pública de televisão "ARD".

A colocação dos explosivos foi efetuada por uma equipa de seis pessoas, composta por um capitão, dois mergulhadores, dois auxiliares de mergulho e uma médica, cujas nacionalidades não foram esclarecidas, uma vez que utilizaram passaportes falsos para alugar a embarcação, segundo esta versão dos acontecimentos.

Fontes dos serviços de segurança de vários países europeus consultadas pelos referidos meios de comunicação alemães, logo após o ataque, em setembro, apuraram que um serviço secreto ocidental já tinha informado a países aliados que o responsável pela destruição era "um comando ucraniano".

Posteriormente, surgiram outras indicações a esse respeito, embora no momento não haja provas sobre a autoria intelectual dos ataques aos gasodutos, apontou a investigação da imprensa alemã.

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