Esta quarta-feira, as atenções estão novamente centradas em Moscovo. O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursa num comício no Estádio Nacional, onde estão cerca de 200 mil pessoas.
Também esta quarta-feira, o Presidente dos EUA vai reunir-se com o grupo de países conhecido como os 9 de Bucareste, que reúne os países de leste membros da NATO.
O chamado B9 foi formado em 2015 precisamente em resposta às agressões russas à Ucrânia. Polónia, Roménia, Bulgária, República Checa, Lituânia, Estónia, Hungria, Letónia e Eslováquia são os membros do grupo.
No encontro, participa, além de Joe Biden, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Em Moscovo, é esperada uma espécie de mensagem de propaganda política. À semelhança do que aconteceu na terça-feira, o Presidente russo deverá voltar a mostrar a intenção de continuar a conquistar territórios na Ucrânia.
Além disso, Putin deverá insistir nos avisos ao Ocidente, principalmente para os EUA.
O comício em Moscovo deverá durar cerca de cinco horas.
- Putin defende que os "traidores" da Rússia sejam perseguidos e levados à Justiça
- "Um ditador doente de um país doente": as reações do povo da Ucrânia ao discurso de Putin
- Putin tenta "desviar a atenção do principal, que é a carnificina que está a ocorrer na Ucrânia"
Relações entre a Rússia e a China
Antes de marcar presença neste evento, Vladimir Putin encontrou-se com o representante da diplomacia da China.
Durante o encontro no Kremlin, Wang Yi reforçou a ideia de que as relações entre a China e a Rússia não serão influenciadas por outros países e Putin disse que a ligação entre os dois países será aprofundada.
O Presidente chinês Xi Jinping deverá visitar Moscovo em breve. O encontro na capital russa deverá realizar-se em abril ou maio. De acordo com as fontes do jornal norte-americano Wall Street Journal, o encontro fará parte de um esforço para negociações sobre a paz na Ucrânia e permitirá à China reiterar os apelos para que não sejam usadas armas nucleares.
O Presidente russo admitiu, esta quarta-feira, estar ansioso por se encontrar com Xi Jinping, e defendeu que a cooperação entre os dois países contribui para estabilizar a situação internacional.
“Claro que estamos ansiosos pela visita de Xi à Rússia, já concordámos com antecedência”.
"As relações internacionais são hoje complicadas (...) Neste contexto, a cooperação (...) entre a China e a Rússia é de grande importância para a estabilização da situação internacional", disse Putin, ao dar as boas-vindas a Wang no Kremlin, sede da presidência russa.
Putin raramente recebe funcionários estrangeiros que não sejam chefes de Estado, e este encontro sublinhou os laços especiais entre Moscovo Pequim, segundo a agência francesa AFP.