Desde o início da guerra na Ucrânia, Portugal atribuiu a refugiados ucranianos 50 mil títulos de proteção temporária. É um mecanismo que de forma rápida concede autorização de residência e documentos durante um ano. Para milhares de pessoas tem sido o primeiro passo para uma nova vida.
O barulho dos bombardeamentos alertou Olga e o marido para o perigo. A casa onde viviam podia ser atingida a qualquer momento por mísseis russos. Fugir com as duas filhas foi a solução.
Permaneceu num abrigo em Kiev, a capital ucraniana, durante alguns meses até ir para a Polónia, onde ficou até encontrar um novo destino. Com a ajuda de voluntários viajou para Portugal.
Chegou a Lisboa a 11 de maio, ficou alojada num centro de refugiados, de forma temporária até conseguir os documentos necessários para ficar legal no país.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras criou uma plataforma para milhares de refugiados pedirem o título de proteção temporária. Mais de 50 mil foram atribuídos desde o início da guerra, Olga é um destes casos.
Teve ajuda de organizações para procurar emprego, mas o processo não foi fácil. Além de não dominar a língua portuguesa, a prioridade eram as filhas que não tinham onde ficar.
Depois de estarem matriculadas na escola, Olga conseguiu uma oportunidade, mas sem contrato.
Por não ter contrato de trabalho, não consegue arrendar uma casa sozinha. Esteve a viver em seis lugares diferentes, desde que chegou ao país. Vive agora com uma família de acolhimento e recebe um apoio de 650 euros do Estado.
Para além das dificuldades que enfrenta, a preocupação com o marido que está em Kiev permanece. Olga tem esperança que a guerra chegue ao fim e que a família possa estar outra vez reunida.