Guerra Rússia-Ucrânia

Ex-comandante do grupo Wagner na Noruega poderá ser "um trunfo importante"

O coronel Luís Villa de Brito, ex-vice-chefe da Missão de Portugal na NATO, explica que caso se confirme tratar-se de um ex-comandante do grupo Wagner poderá dar informações importantes em relação à organização do grupo.

SIC Notícias

Um mercenário do grupo Wagner pediu pediu asilo político à Noruega por temer pela própria vida. Caso se venha a confirmar tratar-se de um ex-comandante "é um trunfo importante", considera o coronel Luís Villa de Brito, ex-vice-chefe da Missão de Portugal na NATO.

Este mercenário poderá dar informações importantes em relação à organização do grupo, do armamento e também em relação ao tipo de atuação do grupo, explica Luís Villa de Brito.

O coronel, em entrevista à SIC Notícias, explicou que os elementos deste grupo são mercenários, ou seja "eles não estão ali a combater pela Rússia", mas sim "a combater pelo que lhes pagam ao final do mês". Tal como os "prisioneiros que foram incluídos neste grupo", que "estão a combater para ter a sua liberdade e chegar ao fim do contrato em boas condições", acrescenta.

O fugitivo explicou que tinha deixado o grupo Wagner assim que terminou o seu contrato, cuja duração inicial era de quatro meses (de julho a novembro), mas que foi prorrogado sem o seu consentimento.

Esta foi a primeira vez desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, que alegadamente um ex-comandante de uma das unidades paramilitares do grupo Wagner, muito presente no leste ucraniano e acusado de ter matado milhares de ucranianos, foge da Rússia para a Europa.

Ucrânia volta a pedir armas ao ocidente

Este últimos desenvolvimentos acontecem na mesma altura em que o chefe do Estado-Maior General ucraniano se encontrou com o homólogo norte-americano e onde, mais uma vez, foram feitos apelos para o envio de armamento.

Segundo o coronel Luís Villa de Brito ele pediu o que "lhes está a fazer falta". No entanto este é o momento em que o "Ocidente tem de decidir o que quer fazer e qual é o objetivo em relação à Ucrânia", defende.

Para Luís Villa de Brito, se o Ocidente quiser apenas impedir a Rússia de avançar ainda mais, "eventualmente os obuses serão suficientes", mas se o objetivo é ajudar mesmo a Ucrânia a avançar e recuperar território "vão faltar os carros de combate e os blindados de infantaria".

"Não é possível fazer ofensiva só com artilharia", afirma, recordando que já há algum tempo se fala da necessidade dos leopards.

Estes são carros que "dão muito boa capacidade de movimento, se o terreno permitir, dão muito boa blindagem e muito boa capacidade de fogo".

Luís Villa de Brito explica ainda que já há 10 anos "os países de leste já tinham muita dificuldade em discutir assuntos com a Rússia", porque, "na verdade, eles conhecem-se e sabiam que isto [a guerra] poderia acontecer".

Esta terça-feira, o chanceler alemão confirmou Boris Pistorius como responsável pelo Ministério da Defesa do país, apresentando-o como "a pessoa certa" para liderar "a mudança de época" causada pela guerra na Ucrânia.

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