A Ucrânia vai submeter esta sexta-feira uma candidatura “acelerada” para se juntar à NATO, anunciou esta sexta-feira o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
“Estamos a dar um passo decisivo ao submeter uma candidatura para uma adesão acelerada à NATO”, afirmou Zelensky num vídeo partilhado no Telegram.
"Sabemos que é possível. Este ano, vimos a Finlândia e a Suécia começarem a aderir à Aliança sem um Plano de Ação para a Adesão", justificou.
Zelensky disse que a Ucrânia já está "de facto" a caminho de se tornar membro da Aliança Atlântica e demonstrou a sua compatibilidade com os padrões militares da NATO, tanto no campo de batalha como na interação com os aliados.
"Há confiança mútua, ajudamo-nos mutuamente e protegemo-nos mutuamente. Esta é a aliança", disse.
A adesão terá de ser aprovada pelos 30 membros da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Zelensky reiterou ainda que a Ucrânia está pronta para dialogar com a Rússia, mas sem Vladimir Putin na liderança do país.
O anúncio do pedido de adesão surgiu minutos depois de Vladimir Putin ter afirmado, na cerimónia que assinalou a anexação de quatro regiões da Ucrânia pela Rússia, que “milhões de pessoas fizeram uma escolha clara: voltar à sua verdadeira pátria”, referindo-se ao resultado dos referendos levados a cabo em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.
Os referendos, considerados uma farsa pela comunidade internacional, ocorreram em plena guerra na Ucrânia, que a Rússia invadiu a 24 de fevereiro deste ano.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, após um processo idêntico.
Também esta sexta-feira, às 20:00 (hora de Lisboa), o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de emergência.