Guerra Rússia-Ucrânia

Reputado coronel critica invasão russa à Ucrânia na televisão estatal russa: “Temos que nos preparar para perder esta guerra”

José Milhazes e Nuno Rogeiro analisam entrevista de coronel russo na televisão estatal russa.

José Milhazes e Nuno Rogeiro analisaram esta terça-feira uma entrevista de Mikhail Khodaryonok, “um coronel dos mais reputados”, analista militar russo e especialista em mísseis antiaéreos. Segundo os comentadores da SIC, o coronel deixou avisos à Rússia e disse que a Ucrânia tem capacidade de armar um milhão de homens.

“Ele disse: «Nós Rússia não temos capacidade para resistir ou para ganhar a um milhão de homens bem armados. (…) Eles estão mais motivados do que nunca, bem preparados e bem treinados»”, traduziu Nuno Rogeiro.

Mikhail Khodaryonok afirmou ainda, no programa na televisão estatal russa, que a Rússia podia perder a guerra e que o mundo estava contra o regime de Putin.

José Milhazes considera, no entanto, que as declarações do reputado coronel russo “não vão mudar a mentalidade dos russos a não ser que comecem a aparecer caixões em quantidades significativas na Rússia”.

Sobre o destino dos soldados da Azovstal, retirados na segunda-feira do complexo em Mariupol e levados para zonas controladas pelos russos, Milhazes disse que a Rússia vai tentar “enrolar o processo” e “manter presos os militares ucranianos”. O comentador da SIC recuperou as palavras do porta-voz do Kremlin, que terá dito que as leis internacionais iriam ser cumpridas, e alertou: “Há uma lei na Rússia que diz que as leis internas têm prioridade face às leis internacionais”.

Por sua vez, Nuno Rogeiro não acredita que a Rússia pode tomar a decisão de incumprir o acordo de ânimo leve. “Rússia não teria muito interesse em satisfazer um rancor e perder alguma coisa que ainda poderia ganhar neste processo”. Acrescentou ainda que, segundo informações obtidas pelo próprio, a Rússia “foi solenemente avisada” pelos Estados Unidos que “sofreria consequências até agora não imaginadas” se atacasse os soldados na Azovstal.

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