O Presidente russo estará a tomar decisões operacionais e táticas “ao nível de um coronel ou brigadeiro”, orientando as movimentações das tropas no terreno, avança a imprensa britânica, que cita fontes militares.
Vladimir Putin estará pessoalmente envolvido a ajudar as forças russas no Donbass onde, na semana passada, os soldados sofreram uma derrota quando tentavam atravessar o rio Siverskyi Donets, em Bilohorivka. De acordo com imagens aéreas, estima-se que mais de 70 veículos e equipamentos russos terão sido destruídos na ofensiva russa.
Ao contrário de informações divulgadas pelas Ucrânia que davam conta de um afastamento de Valery Gerasimov do comando das Forças Armadas, as fontes militares revelaram que os dois estão a trabalhar em estreita colaboração no Donbass.
“Achámos que Putin e Gerasimov estão envolvidos nas decisões táticas a um nível que, normalmente, esperaríamos que fossem tomadas por um coronel ou brigadeiro”, disse a fonte militar sob anonimato, referindo-se à ofensiva no leste da Ucrânia.
As Forças Armadas da Rússia operam de forma diferente de alguns exércitos ocidentais, ou seja, utilizam uma cadeia de comando com ordens vindas de cima para baixo onde, por norma, as instrução são enviadas para os generais no terreno. No caso da guerra na Ucrânia, esses generais têm estado na linha da frente a controlar os avanços e recuos dos soldados. Por isso também se verificam já várias baixas de generais e oficiais russos – 12 generais russos terão sido mortos, segundo a Ucrânia.
Ben Barry, um ex-brigadeiro do exército britânico ouvido pelo The Guardian, disse que o Presidente “deve ter coisas melhores para fazer do que tomar decisões militares”. Afirmou ainda que o chefe de um Governo deveria ocupar-se “a definir a estratégia política” em vez de ficar “atolado com atividades do dia-a-dia”.
Nas últimas 24 horas, as forças russas bombardearam posições na linha da frente na zona do Donbass. Os combates têm-se concentrado em Severodonetsk, uma cidade que ainda está sob controlo das tropas ucranianas.
As autoridades ucranianas e os serviços de informações ocidentais estão convencidos de que a Rússia tem vindo a sofrer pesadas derrotas nos últimos dias, deixando o seu plano de guerra seriamente comprometido. O chefe do Estado-Maior de Defesa da Grã-Bretanha, o almirante Sir Tony Radakin, disse acreditar que a Ucrânia está a vencer a guerra porque Putin queria “subjugar toda a Ucrânia” e “impor seu próprio governo naquele país” e falhou.