Dificilmente se consegue fugir de Mariupol sem ser através dos corredores humanitários, mas um homem conseguiu sair pelo mar. Nadou durante duas horas e meia até a uma cidade costeira e depois fugiu para Lviv.
Dimitry está em Lviv há umas semanas, mas ainda não encontrou alternativa, nem paz. A cabeça está na terra natal: Mariupol. E a memória continua presa à cidade em ruínas e à fuga forçada decidida em desespero.
Viu a única solução no mar e arriscou. Nadou duas horas e meia por um mar de Azov gelado. Entrou no mar perto do porto de Mariupol e só saiu 2,5 milhas depois (o equivalente a 4 quilómetros).
“Estava um gelo, mas sabia que conseguia fazê-lo. Atei dois garrafões de cinco litros de água vazios um ao outro para que não se visse a minha cabeça. Devia parecer lixo a flutuar na água”, conta.
A pressa em chegar à plataforma tem uma justificação: estava para chegar o vizinho e amigo de Mariupol Artem Kuzmenko, a única companhia para o futuro incerto.
O amigo conseguiu fugir, mas demorou quase três semanas a chegar a Lviv.
Seguem caminho para o abrigo, onde tudo o que têm agora são algumas roupas e um colchão no chão de um ginásio.
Nota: o artigo foi atualizado a 17 de abril
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