O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs esta terça-feira a Moscovo a troca do deputado e empresário ucraniano Viktor Medvedchuk, aliado de Vladimir Putin e recentemente detido por ucranianos capturados pela Rússia.
“Ofereço à Federação Russa a troca deste homem pelos nossos meninos e meninas que estão atualmente em cativeiro na Rússia”, salientou o chefe de Estado ucraniano num vídeo divulgado na rede social Telegram.
Para o governante ucraniano, é também importante que as forças policiais e militares da Ucrânia considerem esta possibilidade.
Zelensky pretende ainda que a detenção de Medvedchuk seja um exemplo para a Rússia, realçando que “nem um oligarca escapou” às forças ucranianas.
O deputado e empresário ucraniano Viktor Medvedchuk, próximo do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que se encontrava em fuga desde o início da invasão russa da Ucrânia, foi detido esta terça-feira numa “operação especial”.
Viktor Medvedchuk, de 67 anos, estava em prisão domiciliária desde maio de 2021 após ter sido acusado de “alta traição” e “tentativa de roubo de recursos naturais na Crimeia”, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Em 26 de fevereiro, dois dias após o início da invasão russa da Ucrânia, a polícia ucraniana notificou o seu desaparecimento durante uma visita de controlo.
O 12.º homem mais rico da Ucrânia em 2021, com 620 milhões de dólares (cerca de 572 milhões de euros) segundo a revista Forbes, Medvedchuk é conhecido pela sua ligação com o Presidente russo, Vladimir Putin, que é padrinho de uma das filhas do político ucraniano.
Viktor Medvedchuk é o fundador do partido pró-Rússia Plataforma da Oposição – Pela Vida, que tinha cerca de 30 deputados no Parlamento do país antes de ser banido em março, na sequência da invasão russa.
O Presidente ucraniano tinha anunciado em 20 de março a suspensão da atividade de vários partidos políticos com ligações à Rússia, numa altura em que está em vigor na Ucrânia a lei marcial.
O porta-voz do Kremlin [presidência russa], Dmitry Peskov, recusou no imediato comentar esta detenção às agências de notícias russas, realçando que “há muitas alegações falsas vindas da Ucrânia” que precisam de “ser verificadas primeiro”.
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