O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, divulgou uma comunicação em vídeo na qual fala parcialmente em russo sobre as “atrocidades” registadas na cidade ucraniana de Bucha, acusando o presidente Vladimir Putin de “crimes de guerra”.
“O vosso presidente é acusado de cometer crimes de guerra”, afirma Boris Johnson na mensagem, em russo, acrescentando não acreditar que Putin esteja a agir em nome do povo da Rússia.
Também em russo, o primeiro-ministro britânico diz que “o povo russo merece a verdade, merece saber os factos”.
“Atrocidades cometidas pelas tropas russas”
No vídeo, descreve, em inglês, as “atrocidades cometidas pelas tropas russas em Bucha, Irpin e em outros locais da Ucrânia”.
“Civis massacrados, mortos a tiro com as mãos amarradas. Mulheres violadas na frente dos seus filhos pequenos. Corpos queimados brutalmente grosseiramente, lançados para valas comuns ou simplesmente deixados na rua”, relata.
Johnson acusa o Kremlin de tentar esconder as imagens “chocantes” e “repugnantes” e incita os russos a contornar as restrições à Internet para procurar “informação independente”.
“Tudo o que precisa é de uma ligação VPN para ter acesso a informações independentes de qualquer lugar do mundo. E quando encontrar a verdade, partilhe”, exorta.
As autoridades ucranianas denunciaram a descoberta de mais de 400 corpos nas ruas de Bucha, nos arredores de Kiev, o que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, qualificou como “o pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer um “genocídio” na Ucrânia e prometeu levar o caso à “justiça internacional”.
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