Guerra Rússia-Ucrânia

Quando a história se repete: milhares de georgianos saem à rua em solidariedade com a Ucrânia

Em 2008, a Geórgia foi também palco de um conflito armado com a Rússia associado a duas regiões separatistas.

Milhares de pessoas saíram à rua na cidade de Tbilissi, capital da Geórgia, em apoio à Ucrânia. Na noite de quarta-feira, a Praça da República encheu-se com bandeiras azuis amarelas, envergadas por uma população que também sabe o que é ser atacada pela Rússia.

A história da Ucrânia e da Geórgia têm vários pontos em comum: ambas foram repúblicas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), tornaram-se independentes em 1991, aquando da queda do império soviético, e enfrentaram, desde então, tensões e conflitos com a Rússia.

A Geórgia tem também duas zonas dominadas por forças separatistas pró-Rússia – a Abecásia e a Ossétia do Sul – que em 2018 foram razão para uma invasão russa no território georgiano.

Em abril de 2008, a tensão entre os dois países intensificou-se e a guerra começou a 1 de agosto de 2008, quando os separatistas da Ossétia do Sul fizeram explodir um veículo militar georgiano. A Geórgia respondeu com snipers, os separatistas com bombardeamentos em aldeias.

Uma semana depois, o então Presidente, Mikheil Saakashvili, decidiu anunciar um cessar-fogo unilateral, mas não foi suficiente para travar os separatistas, que aumentaram os seus ataques. A Rússia colocou-se do lado dos separatistas, acusando a Geórgia de agressão contra a Ossétia do Sul. A região de Abecásia abriu uma nova frente de combate.

O acordo de cessar-fogo foi negociado a 12 de agosto de 2008, com a intermediação da França. Depois disso, a Rússia retirou as tropas da Geórgia.

Cerca de duas semanas depois, os russos reconheceram como independentes as regiões de Abecásia e Ossétia do Sul. A Geórgia respondeu a esta decisão com um cortar de relações diplomáticas com a Rússia, mantendo a posição de que ambas as zonas são território georgianos ocupados por forças separatistas.

Últimas