Álvaro Neves, um português que vive no Qatar, relata que viu o céu cheio de fogo e que a "casa abanou" com os mísseis lançados pelo Irão. Critica ainda as autoridades portuguesas por não informarem os portugueses emigrados no Qatar.
"Saio de casa e vejo o céu completamente cheio de fogo, que eram os mísseis a passar, e as explosões das interceções", conta.
As explosões foram "fortes", o que confessa "não ser muito agradável": "A casa abanou".
O cenário foi este durante 10/15 minutos. O português a viver no Qatar, também responsável da Autoridade de Investigação de Acidentes Aéreos no Qatar, acredita que tenham sido lançados mais de seis mísseis.
"Situações como estas não são fáceis de ser vividas. Temos de estar calmos, mas há famílias que devem estar em pânico", afirma.
Em entrevista na SIC Notícias, critica a "falta de proatividade" das autoridades portuguesas nos últimos dias que, ao contrário das outras embaixadas, não transmitiram informações.
"Deveriam ter dado instruções para poder ter cidadãos muito mais bem informados. Houve uma falha de informação evidente."
Álvaro Neves acredita que o ataque do Irão à base tenha sido um ato isolado.
O Irão lançou vários mísseis contra a base de Al-Udeid no Qatar, uma das principais instalações militares norte-americanas no Médio Oriente. Nenhum militar ficou ferido.
Este ataque surge em retaliação ao ataque norte-americano, realizado na madrugada de domingo, aos locais nucleares iranianos.
O Qatar considera o ataque iraniano uma "flagrante violação" da sua soberania e alega ter o direito, em conformidade com o direito internacional, de "responder diretamente" ao Irão.