Guerra no Médio Oriente

Nações Unidas criticam novo sistema de ajuda em Gaza apoiado pelos Estados Unidos

A Fundação Humanitária de Gaza, responsável pelo programa, enfrenta limitações operacionais, levantando dúvidas sobre a sua capacidade de responder às necessidades urgentes da população local durante o bloqueio de 80 dias.

Sofia Arêde

As Nações Unidas alertam que o novo sistema de distribuição de ajuda humanitária em Gaza, recentemente lançado com o apoio dos Estados Unidos, pode ser mais uma distração do que uma solução eficaz para as urgentes necessidades da população local.

Este programa arrancou um dia depois da demissão do diretor executivo da organização responsável, a Fundação Humanitária de Gaza, uma entidade criada com o aval de Israel e Washington.

A sua atuação concreta continua envolta em incerteza, numa altura em que Gaza enfrenta um bloqueio total que já dura 80 dias e que tem dificultado a entrada de ajuda externa.

O governo israelita permitiu a entrada parcial desta fundação, cujo principal objetivo declarado é fornecer assistência à população de Gaza sem interferência do Hamas.

Porém, os meios à disposição parecem limitados: inicialmente, estarão ativos apenas quatro postos de distribuição, um número que contrasta fortemente com os cerca de 400 pontos que as Nações Unidas e outras organizações normalmente utilizam em condições normais para chegar às pessoas em necessidade.

Esta limitação e falta de autonomia levaram Jake Wood, um veterano de guerra norte-americano e até agora diretor executivo da fundação, a renunciar no domingo.

Wood justificou a sua saída com a convicção de que a organização não dispõe das condições necessárias para cumprir a sua missão de forma independente e eficaz.

Enquanto a população de Gaza continua a enfrentar uma crise humanitária grave, a comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar desta nova tentativa de assistência, questionando se realmente responderá às necessidades mais prementes no terreno.

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