Guerra no Médio Oriente

ONU alerta que 14 mil bebés podem morrer em Gaza ao longo do próximo ano

A comunidade internacional tem pressionado Israel, que bloqueou a entrada de ajuda humanitária nas últimas 11 semanas. Telavive admite agora permitir a entrada de alguns caminhões com ajuda, mas há quem considere que a quantidade é insuficiente e chega tarde.

Miguel Franco de Andrade

O alerta está dado: a catástrofe humanitária na Faixa de Gaza já dura há muito tempo, mas com o bloqueio das últimas 11 semanas, as Nações Unidas avisam que 14 mil bebés podem morrer até abril de 2026.

Perante a pressão da comunidade internacional, Israel acedeu a deixar entrar alguns camiões — primeiro nove, depois 100. No entanto, a quantidade necessária para alimentar mais de dois milhões de pessoas em condições de subnutrição é de pelo menos 500 camiões por dia.

Enquanto se verificam deslocações forçadas num território destruído e com uma população desnutrida, Israel intensificou os ataques, que provocam diariamente dezenas de mortos, somando-se aos mais de 53 mil óbitos em mais de dois anos e meio de guerra.

Alternando entre as sessões de tribunal, onde está a ser julgado por corrupção, e contra a maioria da opinião pública israelita e do direito internacional, Benjamin Netanyahu anunciou o plano de vitória, que pressupõe o controlo total de Gaza.

No Parlamento britânico, o primeiro-ministro, Keir Starmer, tomou medidas inéditas: convocou o embaixador israelita em Londres, impôs sanções a colonos na Cisjordânia e suspendeu o acordo de livre comércio com Israel.

Em Gaza, vários hospitais foram alvo de ataques nas últimas semanas, como este gerido pela Indonésia em Beit Lahia. Nos que ainda funcionam, as equipas médicas evitam realizar cirurgias urgentes devido à subnutrição dos doentes, que podem não sobreviver à anestesia.

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