No rosto de cada um vê-se o medo de não saber se vai conseguir voltar para casa com a única refeição do dia. A falta de alimentos ameaça já o funcionamento de cozinhas comunitárias, que já só servem arroz.
"Fomos lá e não arranjámos sequer um prato de arroz para as crianças e voltei para casa com lágrimas nos olhos", recorda uma sobrevivente.
Os casos de malnutrição severa não param de aumentar e, com eles, a angústia de quem não sabe como vai alimentar a própria família.
O cerco a Gaza dura há dois meses e está a impedir a entrada de bens essenciais. Foi imposto pelas autoridades israelitas, que alegam que a ajuda humanitária era desviada pelo Hamas.
Esta sexta-feira, uma ONG enviou para o enclave uma embarcação com bens essenciais, mas até o navio foi alvo de um ataque com drone.
Além de um bloqueio, Gaza continua a ser alvo de uma violenta ofensiva, que este sábado provocou a morte de três bebês com menos de um ano.
Israel está ainda a reforçar as operações militares no sul da Síria, onde alega estar a proteger uma minoria religiosa envolvida em confrontos com grupos pró-governamentais. Telavive anunciou o envio de tropas e está a intensificar os ataques aéreos. Um deles atingiu as imediações do palácio presidencial em Damasco.