Depois da proposta de Donald Trump de transformar a Faixa de Gaza numa riviera sem palestinianos, os líderes árabes juntaram-se e decidiram dar milhões para a reconstrução do território e para o regresso da população ao território.
53 mil milhões de dólares para reconstruir a Faixa de Gaza no pós-guerra e para manter os cerca de dois milhões de palestinianos num território que Donald Trump quer transformar na "Riviera do Médio Oriente".
O chamado "plano do Egito" foi aprovado na terça-feira pelos líderes árabes, na cimeira no Cairo.
Prevê a reconstrução de Gaza até 2030, sem retirada da população.
A primeira fase do plano prevê a limpeza de mais de 50 milhões de toneladas de entulho das ofensivas militares israelitas e que sejam retiradas as bombas não detonadas.
Depois, seriam criadas zonas urbanas "sustentáveis, verdes e transitáveis" com energias renováveis, renovados os terrenos agrícolas, criadas zonas industriais, um aeroporto, um porto de pesca e um porto comercial.
Mas, para tudo isto acontecer, é preciso primeiro chegar à paz naquele território.
Cessar-fogo em Gaza por um fio?
Ora, Benjamin Netanyahu deu ordem para bloquear, desde domingo, a entrada de ajuda alimentar e médica na Faixa de Gaza, alegando que esta é a melhor maneira de pressionar o Hamas a aceitar uma nova proposta de acordo, feita pelos Estados Unidos e mais favorável a Israel.
Isso implicaria ignorar a segunda e terceira fases do acordo assinado ainda durante a administração Biden. Ainda estão em Gaza 24 reféns que estarão vivos, e outros 39 já mortos.
Esta quarta-feira, durante a cerimónia de nomeação do novo chefe do Exército israelita, Netanyahu garantiu que Israel está a aumentar a produção de armas e que está determinado em chegar ao que chama de vitória.
As autoridades de saúde palestinianas afirmam que o número de mortos dos ataques israelitas desde outubro está nos 48.405.
Neste momento, estarão cerca de 1,5 milhões de palestinianos a tentar sobreviver na Faixa de Gaza, sem casa, água, comida ou eletricidade.