Guerra na Síria

O ‘sonho’ durou pouco: três meses depois, novo regime da Síria acusado de massacre

Três meses depois da queda de Bashar al-Assad, a Síria voltou a mergulhar numa onda de violência. As forças do novo regime estão a ser acusadas do massacre de mais de 700 civis só este fim de semana. Alertamos para a violência das imagens.

João Nuno Assunção

Os vídeos que vão surgindo nas redes sociais começam a desvendar a dimensão da tragédia. Nas ruas, sinais de execuções à queima-roupa denunciam um fim de semana de extrema violência.

O Observatório Sírio fala em 29 massacres, entre sexta-feira e sábado, na região costeira de Latakia, na zona ocidental do país, e que provocaram a morte de mais de 700 civis.

A Organização de Direitos Humanos acredita que a ação foi levada a cabo pelas próprias forças de segurança sírias, em resposta a um ataque lançado na quinta-feira por apoiantes do antigo presidente Bashar al-Assad.

A maior parte das vítimas integra a comunidade religiosa de que descende a família de Bashar al-Assad.

A onda de violência levou dezenas de pessoas a procurar refúgio numa base militar da Rússia, a potência que, na última década, serviu de tábua de salvação ao antigo regime.

O novo Governo sírio não assume responsabilidade, mas compromete-se a punir o que classifica de excessos. Repudia ainda ações de vingança, mas deixa um aviso: continuará a “perseguir” o que resta do regime caído.

Recorde-se que as novas forças sírias são compostas em grande parte por ex-combatentes de um grupo radical com ligações à Al-Qaeda.

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