Guerra na Síria

"Tinha duas opções morrer ou fugir": Nazih vive na Covilhã, mas sonha voltar à Síria após queda do regime

Nazih não vê os pais há mais de três anos e a irmã há 12. Agora que o regime de Assad caiu, conta à SIC que confia na reconstrução da Síria e que em breve vai poder dar o abraço familiar que foi obrigado a adiar para evitar a guerra e a morte.

Madalena Ferreira

Paulo Gabriel

A queda do regime de Assad está a ser celebrada pelos sírios espalhados pelo mundo. Na Covilhã, uma família que está fora do país desde 2011 admite regressar um dia, mas não tem dúvidas de que a paz ainda vai levar tempo.

Por agora, o passeio é no parque do Jardim do Lago, na Covilhã, mas o passo maior foi fugir da Síria e chegar a Portugal com a família. Nazih, de 38 anos, é um ex-estudante de direito que desde a queda do regime de Assad os seus dias têm sido mais felizes.

"Era muito difícil estar na Síria. Eu tinha duas opções: ir para a guerra, ou para a prisão, ou então morrer. Tive de partir, tive de fugir da Síria", contou à SIC.

Só uma das irmãs permanece em Damasco, na Síria. O pai e o irmão fugiram para os Estados Unidos. Espera vê-los "um dia". A esperança de Nazih reside na crença de que os rebeldes islamitas puseram fim a um regime opressor.

As mudanças na Síria coincidiram com o seu estatuto de desempregado, mas já trabalhou dois anos numa das maiores empresas têxteis da Covilhã. Foi acolhido pela Misericórdia Local e vive de forma autónoma.

Regressar à Síria está nos planos, mas acredita que o país ainda precisa de tempo. Nazih quer Assad, a Rússia, o Irão e o Hezbollah longe da sua terra natal para que o bem prevaleça.

Nazih não vê os pais há mais de três anos e a irmã há 12. Agora que o regime caiu, confia na reconstrução da Síria e no abraço familiar que foi forçado a suspender para evitar a prisão ou a morte.

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