Ahmed al-Sharaa liderou os rebeldes que depuseram o Presidente Bashar al-Assad mas apresenta-se, agora, como moderado e promete uma transição sólida na Síria depois de 13 anos de guerra civil.
Mas, para isso, precisa de tempo. Em entrevista à televisão Al-Arabiya, o novo líder da Síria admite que a realização de eleições no país pode demorar quatro anos e que a nova Constituição só deverá ficar pronta daqui a três.
“A primeira fase foi a tomada direta do poder para que as instituições do Estado não se desmoronassem. A segunda fase será de transição. (...) Em primeiro lugar, é preciso redigir uma nova Constituição ou fazer alterações constitucionais (...) mas isso demora muito tempo”, afirma.
Al-Sharaa assegura que não pretende exportar a revolução, que quer estabelecer boas relações com a Rússia, Estados Unidos, Turquia e Irão e que os novos tempos exigem medidas extraordinárias como a dissolução do grupo que lidera.
“Não é apropriado que o Estado seja gerido com a mentalidade de grupos e fações.”
O ainda líder rebelde, filho de um economista e de uma professora de geografia, tem em mãos uma missão que parece inalcançável: a de pacificar, unir e reconstruir um país devastado pela guerra, fragmentado em dezenas de grupos étnicos e religiosos e cobiçado por potências regionais e mundiais com interesses muito divergentes.