O novo secretário-geral do Governo vai ganhar 15.905 euros por mês - o mesmo montante que recebia enquanto consultor no Banco de Portugal, cargo que ocupou até agora. Só que o BdP já informou que não assumirá esta despesa.
Um montante 160% superior ao estipulado para o cargo na lei, mas é permitido pela legislação que possibilita ao dirigente optar pelo vencimento de origem.
Isto faz com que Hélder Rosalino vá ganhar mais do que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que aufere atualmente um salário bruto de aproximadamente 8.600 euros, já incluindo despesas de representação.
Na SIC Notícias, o comentador Diogo Feio afirmou achar “bem” que se “pague bem a quem exerce funções centrais no Estado.
“Acho vergonhoso o nível salarial de um alto funcionário da Administração Pública. Os salários dos políticos são resultado de anos de populismo barato”, diz, acrescentando que há um “problema sério de remuneração”.
Considera, por isso, “insólito” que se levantem questões sobre o salário do novo secretário-geral do Governo. Diogo Feio defende que para chamar “gente de fora” para a Administração Pública é preciso que os lugares “sejam atrativos”. De outra forma, “teremos pessoas que vão para lá com mero espírito de sacrifício”.
“Em todas as sociedades há aqueles que ganham mais e os que ganham menos”.
O comentador SIC afirma ainda ser “incompreensível” a recusa de Mário Centeno em pagar o salário de Hélder Rosalino e acusa o governador de se sentir tentado a intervir politicamente. Algo que Miguel Prata Roque recusa. O também comentador SIC não acredita que Mário Centeno esteja a fazer frente ao Governo para obter votos para as eleições Presidenciais.
“Seria despropositado, estaria a alienar o seu eleitorado de centro/centro-direita”, considera.
Concorda, no entanto, com Diogo Feio, sublinhando a “disparidade” que existe na remuneração de dirigentes da Função Pública com funções similares, dando os exemplos do secretário-geral da Economia e do secretário-geral da Educação, que ganham menos de 3.000 euros líquidos.
“Receberá mais até que o Presidente da República que, com despesas de representação, recebe 9.000 euros.”
Prata Roque considera, por isso, que o salário de 15.000 euros de Rosalino pode gerar um “grande mal-estar”.
Diogo Feio diz, no entanto, que se Hélder Rosalino for eficaz no seu novo cargo, com a experiência que tem na administração pública, “ninguém se vai lembrar do que é a sua remuneração”.
O comentador SIC considera ainda que não se pode perder a oportunidade de ter uma pessoa “competente na área” por uma questão como a que está a ser levantada.