Queda do BES

Crédit Agricole perde 708 milhões e diz-se "traído pela família Espírito Santo"

Os problemas do Banco Espírito Santo provocaram perdas de 708 milhões de euros nas contas do segundo trimestre apresentadas hoje pelo Crédit Agricole, que detinha 14,6% da instituição portuguesa. O banco francês admite recorrer aos tribunais e processar a antiga gestão do BES.

© Jean-Paul Pelissier / Reuters

Segundo o Crédit Agricole, o lucro referente ao segundo trimestre fixou-se  em 119 milhões de euros, menos 84,9% do que entre abril e junho de 2013. 

No semestre até junho, o banco francês registou um lucro de 1.085 milhões  de euros, menos 19,2% do que no mesmo período de 2013.  
  
O Crédit Agricole detinha 14,6% da instituição portuguesa e, segundo  os dirigentes do banco francês, a divisão em duas entidades - um banco "bom"  e um "bad bank" - teve um impacto negativo de 708 milhões de euros nas suas  contas.  
  
O presidente do Crédit Agricole, Jean-Paul Chifflet, explicou em conferência  de imprensa que o seu grupo foi "enganado por uma família com quem tinha  tentado criar uma parceria verdadeira" e pondera agora levar à Justiça os  antigos dirigentes do banco.  
  
Em comunicado, o grupo sublinhou que, apesar dos efeitos negativos do  BES nas contas trimestrais, o Crédit Agricole "avança conforme a trajetória  fixada no anúncio do plano de médio prazo em março, apoiando-se na solidez  financeira e mantendo os esforços de redução dos custos".  
  
O BES, tal como era conhecido, acabou este fim-de-semana depois do Banco  de Portugal ter anunciado a sua separação num 'banco bom', denominado Novo  Banco, e num 'banco mau' ('bad bank').  
  
O Banco de Portugal anunciou no domingo a injeção de 4,9 mil milhões  de euros no BES para o capitalizar, através do Fundo de Resolução bancário,  e o fim desta instituição, com a separação do banco fundado pela família  Espírito Santo entre um 'bad bank' ('banco mau'), em que ficam os ativos  tóxicos, e o Novo Banco, que reúne os ativos não tóxicos, como os depósitos  e que receberá a injeção de 4,9 mil milhões de euros.  
  
      
Com Lusa

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