As organizações da ONU estão preocupadas com a possibilidade de mortes por desidratação e com doenças contagiosas.
"As nossas estimativas indicam que somente metade das fontes de água e instalações de tratamento estão em operação, Calculamos que 900.000 pessoas estão privadas de água", afirmou numa conferência de imprensa Chris Tidey, funcionário do Fundo das Nações Unidas Para a Infância (UNICEF).
As Nações Unidas denunciaram, há alguns dias, que vários técnicos que tentavam reparar sistemas de distribuição de água morreram vítimas dos bombardeamentos do exército de Israel.
Tidey assinalou que outras 800 mil pessoas não podem beber a água que sai das suas torneiras porque os canos estão contaminados.
"A UNRWA (agência da ONU para o povo palestino) já alertou esta semana que acredita que os sistemas de água potável de Gaza estarão contaminados durante os próximos três anos. A situação em Gaza antes desta ofensiva era já muito precária e agora é insustentável", afirmou a diretora de comunicação da ONU em Genebra, Corinne Momal-Vanian.
Tidey disse que por enquanto não foram detetadas doenças transmitidas pelas águas contaminadas, mas é um cenário que pode surgir a qualquer momento, dada a situação no terreno.
Fadela Chaib, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que a agência está "muito preocupada com o possível aparecimento de doenças, especialmente da diarreia, que podem surgir rapidamente se não houver água potável ou sistemas de saneamento em funcionamento".
Elisabeth Byrs, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PAM), explicou que na última semana distribuíram alimentos a mais de 20 mil pessoas, um esforço que esperam aumentar na próxima semana para 85 mil.
Vinte e quatro palestinianos foram mortos desde o início da ofensiva terrestre lançada na quinta-feira por Israel em Gaza, elevando para 265 o número de mortos palestinianos no décimo primeiro dia da operação israelita na região.
Lusa