A nova temporada da Fórmula 1 arranca este fim de semana (3 a 5 de março) e promete trazer 23 corridas verdadeiramente emocionantes. Alguns dos pilotos que mais se destacaram nos últimos anos não fazem parte da grelha em 2023, ao mesmo tempo que vários estreantes serão postos à prova. Prepare-se, no domingo os motores voltam a roncar.
2022, um "passeio" para Verstappen
A temporada de 2021 foi disputada até à última volta por dois dos pilotos mais habilidosos do paddock: Max Verstappen e Lewis Hamilton.
O neerlandês superiorizou-se ao heptacampeão mundial e arrecadou o seu primeiro título. Tudo faria prever que a temporada de 2022 fosse semelhante.
As expectativas estavam em alta e a Red Bull não desiludiu, já a Mercedes...
A Red Bull colocou um carro bastante capaz nas mãos de Verstappen e o número um mundial não desiludiu. Superiorizou-se, de forma destacada, aos restantes pilotos e sagrou-se bicampeão de forma hegemónica.
O início de época prometeu uma luta acérrima entre Charles Leclerc (Ferrari) e o piloto da Red Bull, mas Max acabou mesmo por subir ao topo da categoria quando ainda faltavam quatro provas para o final da temporada, com um impressionante registo de 15 vitórias.
2022 seria assim o melhor ano da Red Bull, tendo conquistado o título de construtores, além dos recordes de vitórias e poles numa só temporada.
Já a Mercedes começou de forma irreconhecível, mas foi conseguindo recuperar aos poucos e terminou no terceiro lugar do pódio, ainda que a mais de 200 pontos da equipa com que tinha rivalizado na época transata.
A Ferrari, por outro lado, desde cedo que se assumiu como uma clara candidata ao título, mas com o desenrolar da temporada foi perdendo vigor, conseguindo ainda assim alcançar, no final das contas, o segundo lugar da classificação geral.
Algumas desilusões
Para além da Mercedes, outras das equipas que deixou a desejar foi a McLaren, que tinha vindo a evoluir desde 2018. No entanto, nem o experiente Daniel Ricciardo nem o talentoso Lando Norris conseguiram destacar-se entre os principais nomes da F1. A equipa comandada por Zak Brown não conseguiu melhor do que a 5ª posição e muito graças aos pontos conquistados por Norris.
Muitas expetativas foram criadas em torno da Aston Martin, mas a equipa encabeçada por Lance Stroll e pelo tetracampeão mundial Sebastian Vettel protagonizou uma primeira metade de época bastante abaixo do que era expectável. Apesar das dificuldades sentidas, a Aston Martin procedeu a alguns ajustes e na segunda metade conseguiu obter resultados interessantes que deixaram bons indícios para o que aí vem.
Um ano consistente
A dupla Ocon-Alonso colocou a Alpine apenas atrás da Red Bull, Mercedes e Ferrari. O monolugar da equipa superiorizou-se ao da McLaren e permitiu que os dois pilotos lograssem uma época consistente e positiva, embora, claro está, com alguns percalços pelo meio.
Ano novo, corridas novas
A nova temporada da Fórmula 1 arranca já este sábado, dia 4 de março, com a primeira qualificação a ter lugar no Bahrain. No dia seguinte, os monolugares mais velozes do planeta voltam a alinhar-se para gáudio dos milhões de fãs da categoria espalhados pelo globo.
A nova temporada terá 23 corridas e passará três vezes pelos EUA, devido à inclusão de um terceiro GP, em Las Vegas, que se acrescenta aos de Austin e de Miami.
As novidades relativas aos circuitos que acolhem a maior prova automobilística do planeta não ficam por aqui. O Qatar volta a ser palco de uma etapa do circuito mundial depois de uma temporada de ausência.
Portugal volta a ficar de fora
Os portugueses ainda acreditaram, mas a verdade é que Portimão não será palco de uma das corridas de 2023.
Portugal recebeu a prova em 2020 e 2021, por conta da pandemia de covid-19, mas, no ano seguinte o mesmo não se repetiu. Este será assim o segundo ano consecutivo em que o Autódromo Internacional do Algarve não irá integrar o calendário de provas.
O circuito Paul Ricard, em França, fica também de fora do alinhamento para 2023, bem como o GP da China - inicialmente foi integrado no calendário, porém acabou por ser excluído devido à política restritiva do país relativamente à covid-19.
Todas as corridas de 2023:
- 5 de março: GP do Bahrain, Sakhir
- 19 de março: GP da Arábia Saudita, Jeddah
- 2 de abril: GP da Austrália, Melbourne
- 30 de abril: GP do Azerbeijão, Baku
- 7 de maio: GP dos EUA, Miami
- 21 de maio: GP de Itália, Emilia Romagna
- 28 de maio: GP do Mónaco, Monte Carlo
- 4 de junho: GP de Espanha, Barcelona
- 18 de junho: GP do Canadá, Montreal
- 2 de julho: GP da Áustria, Red Bull Ring
- 9 de julho: GP de Inglaterra, Silverstone
- 23 de julho: GP da Hungria, Hungaroring
- 30 de julho: GP da Bélgica, Spa-Francorchamps
- 27 de agosto: GP dos Países Baixos, Zandvoort
- 3 de setembro: GP de Itália, Monza
- 17 de setembro: GP de Singapura, Marina Bay
- 24 de setembro: GP do Japão, Suzuka
- 8 de outubro: GP do Qatar, Losail
- 22 de outubro: GP dos EUA, Austin
- 29 de outubro: GP do México, Cidade do México
- 5 de novembro: GP do Brasil, Interlagos
- 18 de novembro: GP dos EUA, Las Vegas
- 26 de novembro: GP de Abu Dhabi, Yas Marina
Equipas e pilotos
Sem grandes alterações, a equipa campeã em título não apresenta mudanças no que aos pilotos diz respeito. Desse modo, Max Verstappen e Sergio Perez mantêm-se como os pilotos que vão tentar de tudo para revalidar os títulos de pilotos e construtores.
A mítica construtora italiana também não procedeu a alterações e manteve a confiança em Charles Leclerc e Carlos Sainz para atacar a nova temporada, com o claro objetivo de se sagrar campeã mundial.
À semelhança das outras duas equipas já enumeradas, também a Mercedes continua a contar com a mesma dupla, que alia a juventude à experiência: Lewis Hamilton e George Russel são as caras da Mercedes que vão, certamente, entrar na briga pelo campeonato.
A Alpine entra nesta nova época com um piloto que já conhece os cantos à casa, Esteban Ocon, e um novo membro, Pierre Gasly, que deixou a AlphaTauri. Juntos, formam uma dupla francesa que promete causar agradáveis surpresas aos fãs da equipa gaulesa.
A McLaren tem como trunfo para 2023 a juventude. Lando Norris mantém-se na equipa que representa desde 2019 e terá como companheiro o estreante Oscar Piastri, jovem promessa que tem no currículo os títulos de campeão da F3 e da F2.
Valtteri Bottas e Zhou Guanyu transitam de 2022 para a nova temporada. O experiente piloto ex-Mercedes e o jovem chinês aliam-se para tentarem elevar o nome da equipa.
A Aston Martin foi uma das protagonistas da última época, ao anunciar o bicampeão mundial Fernando Alonso como piloto para 2023. A juntar-se ao espanhol estará, sem surpresas, Lance Stroll. Será que a nova época trará motivos para sorrir a Alonso e companhia? Não falta muito para descobrir. A verdade é que o espanhol tem dados boas indicações, tendo sido segundo e primeiro classificado nas duas primeiras sessões de treinos livres em Sakhir.
A Haas apresenta uma dupla madura e com experiência na F1, ao contrário do que aconteceu num passado recente. Kevin Magnussen volta a pilotar o monolugar da equipa norte-americana e terá como companheiro o veterano Nico Hulkenberg, que está de regresso ao grid.
A equipa secundária da Red Bull apostou na juventude para atacar o novo ano. Yuki Tsunoda permanece na equipa, que atribuiu o segundo assento ao estreante Nyck De Vries, jovem que já levantou o troféu da F2 e da Fórmula E
O conjunto britânico decidiu também manter o tailandês Alexander Albon e anunciar um estreante na categoria: Logan Sargeant, o primeiro piloto norte-americano na F1 em oito anos.
O adeus de uma lenda
Ainda decorria a temporada passada quando Sebastian Vettel anunciou que em 2023 não voltaria ao “circo” da F1. Aos 35 anos, o piloto alemão decidiu abandonar a modalidade, deixando para trás anos de conquistas, que lhe valeram o carinho e o respeito de milhões.
Ao longo da carreira, o piloto que passou pela Red Bull, pela Ferrari e mais recentemente pela Aston Martin sagrou-se quatro vezes campeão mundial, pela Red Bull, acumulando 53 vitórias e 57 poles.
Adeus, ou até já?
Se Vettel disse definitivamente adeus à Fórmula 1, outros pilotos saíram de cena, mas ainda almejam voltar à grelha.
Mick Schumacher chegou à Fórmula 1 em 2021, para correr pela Haas, depois de se ter sagrado campeão na Fórmula 2. O primeiro ano foi conturbado, o segundo foi ligeiramente melhor, mas não serviu para convencer a Haas a apostar no filho do icónico heptacampeão mundial Michael Schumacher para 2023.
Sem espaço na grelha, o alemão rumou à Mercedes e à McLaren para se assumir como terceiro piloto das duas equipas.
Daniel Ricciardo estreou-se na Fórmula 1 há mais de 10 anos. Desde então, passou pela HRT, pela Toro Rosso, pela Red Bull, pela Renault e, por fim, pela McLaren.
Os resultados pouco convincentes na última temporada fizeram com que o australiano abandonasse a lista dos 20 pilotos e rumasse à Red Bull para ser piloto de reserva.
Latifi assumiu-se como piloto principal da Williams em 2020 e por lá ficou durante três anos, sem grandes momentos de realce. Este ano, abandonou a grelha e não vai competir na F1.
Corridas Sprint para 2023
O formato que estreou em 2021 consiste numa corrida que dura cerca de 25-30 minutos. Foi concebido para proporcionar um "espetáculo de corrida curto e rápido" com os pilotos a correrem sem parar do início ao fim.
São atribuídos pontos aos primeiros oito classificados, sendo que o primeiro recebe oito pontos, o segundo sete, o terceiro seis, até ao oitavo, que recebe apenas um ponto.
A campanha da Fórmula 1 deste ano conta com seis Sprints no programa, que decorrerão nos seguintes Grandes Prémios:
- GP do Azerbaijão
- GP da Áustria
- GP da Bélgica
- GP do Qatar
- GP dos EUA (Austin)
- GP do Brasil