UEFA Euro 2024

Quem esteve "no pior e no pódio" de Portugal frente à Chéquia?

O comentador da SIC João Rosado analisa e avalia as prestações dos jogadores da Seleção Nacional no jogo de estreia no Euro 2024. Quem foram os melhores e os piores?

Kevin Voigt

João Rosado

NO PIOR

Diogo Dalot (4)

É verdade que logo no início da segunda parte (46’) tentou um golo na linha do que tantas vezes faz no United, ou seja, fletindo da direita para o meio e arriscando remate com o pé esquerdo. A bola não passou muito longe da barra mas o lance acabou por refletir a única ação do verdadeiro Diogo, demasiado distraído no golo obtido pela Chéquia.

Sem nenhuma espécie de surpresa, foi, a par de Rafael Leão, dos primeiros a ser substituído, com Martínez a decidir-se pela entrada de Gonçalo Inácio e a consequente ida de Cancelo para a direita.

João Cancelo (4)

Se o “golo” de Diogo Jota não tivesse sido anulado aos 86’ (porque Cristiano estava em posição irregular quando atirou ao poste esquerdo de Stanek), é evidente que a nota de Cancelo teria outra expressão.

O médio improvisado (com a devida licença de Pep Guardiola) pelo selecionador fez já na condição de lateral direito o cruzamento que podia ter estado na origem da reviravolta. Como não contou para o marcador a cabeçada de Jota, fica objetivamente uma atuação do craque do City distante do que se lhe exige. E Nelson Semedo está a bater à porta.

Bernardo Silva (4)

Daquele pé esquerdo espera-se sempre algo de maravilhoso e ante a Chéquia nem sequer algo de muito bom surgiu.

Com liberdade para criar em zona interior (perante a colocação de Dalot na direita), Bernardo até parece que acusou muito o temporal de Leipzig e só aos 71’ desferiu um remate ao seu estilo. Nessa ocasião usou o pé esquerdo, ao contrário do que fez aos 58’, quando quis assistir Cristiano com o pé direito e... perdeu a chance de rematar. Esteve no autogolo de Hranac (recuperação para Vitinha) mas isso, para o 10, é mesmo poucochinho.

NO PÓDIO

Francisco Conceição (8)

Um toque na bola e... um golo, dois minutos depois de ter entrado. A estreia do “Espalha brasas” num Europeu não podia ter contornos mais fantásticos, pois foi o seu remate com o pé esquerdo que permitiu a Portugal conquistar os três pontos já nos descontos.

Claro que Conceição tirou também ele partido da noite infeliz de Hranac (um autogolo e um desvio para o 1-2) mas teve o mérito de se disfarçar de ponta-de-lança na hora H. Igual a si próprio, nem sequer lhe faltou o cartão amarelo (por ter tirado a camisola nos festejos).

Pedro Neto (7)

É impossível passar por cima do contributo curto mas igualmente precioso do outro esquerdino que Roberto Martínez lançou depois do tempo regulamentar. A jogada que valeu o segundo golo português é toda ela protagonizada pelo ala que rendeu o companheiro (Nuno Mendes) que tinha estado no lance da igualdade.

Num sistema com três defesas, Neto sente-se particularmente à vontade e face ao “coelho” que tirou da cartola diante da Chéquia pode ter conquistado muito mais do que os direitos de autor no golo de Conceição. Em Dortmund será titular?

Bruno Fernandes (6)

Não foi tão influente como é costume e no entanto a produção do ataque esteve muito dependente do seu pé direito. Aos 25’ assistiu Rafael Leão com um cruzamento que só não deu golo por milímetros e seis minutos depois deixou Cristiano à beira dos festejos, apenas negados por grande intervenção de Stanek.

Como Martínez mudou a posição de Cancelo e de Bernardo no decorrer da partida e acabou por substituir Vitinha, Bruno Fernandes foi o único a preservar o lugar, bem nas costas de Cristiano. Uma dupla que dificilmente se desfaz.

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