Eleições nos EUA

Podemos esperar de Trump “uma administração construída em lealdade"

Em entrevista à SIC Notícias, o analista político Francisco Cordeiro Araújo, explica que agora "Donald Trump já não é um outsider, esteve na Casa Branca, passou lá quatro anos, conheceu por dentro da administração" e, por isso, as escolhas vão ser diferentes.

SIC Notícias

Donald Trump tem vindo a tornar públicos quem vai pertencer à futura administração. Esta terça-feira, foi anunciada a escolha de Lee Zeldin, e antigo congressista de Nova Iorque, para dirigir a Agência de Proteção Ambiental.

Em entrevista à SIC Notícias, o analista político Francisco Cordeiro Araújo, diz que, tendo em conta os nomes que têm vindo a ser anunciados esta é “uma administração construída em lealdade e era expectável que assim fosse”. 

“Quando em 2017 Donald Trump chega à Casa Branca ainda não era um político do establishment e teve de se socorrer de pessoas mais experientes para o aconselharem sobre as suas devidas escolhas para o seu cabinet, mas não só para a sua west wing, ou seja todos os assessores que prestam apoio ao presidente. Donald Trump arrependeu-se de algumas escolhas.”

Algo que, segundo o analista político, já não deverá acontecer uma vez que “em 2024 Donald Trump já não é um outsider, esteve na Casa Branca, passou lá quatro anos, conheceu por dentro da administração”.

"[Donald Trump] é uma pessoa, neste momento, que é do sistema e sobretudo que foi puxando pessoas, também elas fora do sistema, diga-se para dentro da política norte-americana e que o apoiaram na sua candidatura. (...) Obviamente também se espera aqui um juízo de competência, mas essa competência também temos de ver que é sempre relativa perante uma situação que é a agenda do Presidente e não seria nada expectável que Trump convidasse para a sua administração pessoas que não se alinhassem com a sua agenda."

Francisco Cordeiro Araújo explica que o republicano foi “muito claro” sobre o que pretendia: “está a ser coerente com o que prometeu e eu acho que aí não temos surpresas.”O analista político diz, ainda, que acredita que a maior diferença vai estar na política externa, mas também na parte ambiental: “Lee Zeldin é um nome, sobretudo para a área ambiental, dentro do próprio país.

"Vai ser, sem dúvida, o regresso dos fósseis. Donald Trump avisou, disse mesmo quando falava de Bobby Kennedy poder ficar com a pasta da saúde disse: tudo bem, pode ficar, mas não toca na pasta do ambiente porque eu gosto de petróleo. É uma pessoa que acredita que tudo o que é exploração abaixo do solo não tem grandes impactos ambientais”.

Donald Trump pondera, também, convidar o senador da Flórida, Marco Rubio, para ser o novo chefe da diplomacia norte-americana. A informação está a ser avançada pelo jornal New York Times. O senador chegou a ser apontado como o possível vice-presidente de Trump, mas a escolha acabou por ser J.D Vance.

Marco Rubio é conhecido por manter uma posição agressiva em matéria de política externa, sobretudo contra adversários geopolíticos dos Estados Unidos, como a China e o Irão.

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