Donald Trump pondera convidar Marco Rubio para ser o novo chefe da diplomacia norte-americana. A informação está a ser avançada pelo jornal New York Times. Sobre a futura Administração norte-americana, Germano Almeida diz que a ideia de o Presidente eleito "desta vez ia ser mais aberto, mais diverso e mais racional nas escolhas, está errada".
“Donald Trump mantém a ideia de obediência e lealdade para as suas escolhas e será uma Administração muito na agenda de 'American First', de negacionismo em relação às alterações climáticas e, sobretudo, uma coisa que é um bocadinho perturbadora, mas já tinha acontecido na primeira Presidência de Trump, que é: ele nomeia pessoas para agências ou instituições que estão contra essas agências ou essas instituições.
Lee Zeldin para a Agência Ambiental é alguém que tem uma agenda anti-ambiental. Alice Stephic para a ONU, é alguém que que considera a ONU uma organização com propensão antissemita e defende o fim da agência de apoio aos refugiados palestinianos", realça o comentador da SIC.
Sobre Marco Rubio, que poderá vir a ser responsável pela diplomacia norte-americana, Germano Almeida explica que "tem uma posição bastante agressiva na rivalidade com a China e bastante 'falcão' contra o Irão. Isto é uma visão que vai ao encontro do que é o posicionamento de Trump".
Nesta perspetiva, espera-se que Trump mantenha a tentativa de contenção da ascensão da China e, do ponto de vista do Irão, reforça a ideia de que os Estados Unidos vão estar muito do lado de Israel.
"Relativamente à Ucrânia, em relação a Marco Rubio, há algumas dúvidas, acho que Trump vai querer apresentar-se como Presidente da paz e que impôs a paz tanto à Ucrânia, mas também à Rússia".
Germano Almeido admite que, nesta questão, haja duas sensibilidades: uma de isolacionismo e acabar rapidamente com a guerra com a ajuda à Ucrânia, que é de JD Vance, e uma de mais paz pela força que é de alguns conselheiros próximos de Trump, de condicionar a ajuda à Ucrânia, em vez de ajudar a Ucrânia a recuperar território - "Forçá-la a ir em direção à tomada paz, mas também forçar a Rússia a travar mais agressão à Ucrânia".
Quanto à questão do telefonema de Trump com Putin, está por esclarecer. "É uma situação mais grave do que parece", diz o comentador da SIC.
“Donald Trump ainda não tomou posse, mas como Presidente eleito já tem algum tipo de estatuto e, portanto, não é que seja totalmente fora da norma ele já ter falado com Putin, mas para falar com Putin, tem que ter algum tipo de articulação com a atual administração (...) se não foi, é mau sinal e a própria dúvida, ao fim deste tempo todo, se houve ou não telefonema, deve gerar-nos preocupação”, sublinha Germano Almeida.