Eleições nos EUA

Desde o primeiro momento, Kamala afirmou-se "como uma pessoa que manda e que decide"

Na análise à comunicação não verbal durante o debate que colocou frente a frente os dois candidatos na corrida à Casa Branca, Irina Golovanova destaca a vantagem de Kamala Harris, que "cumpriu as quatro regras de comunicação e gesticulação assertivas".

SIC Notícias

O contraste entre Kamala Harris e Donald Trump começou na apresentação: "Vamos fazer um bom debate", pediu a democrata para o frente a frente presidencial norte-americano com o republicano. Desde o momento inicial, Kamala Harris marcou pontos, tanto na linguagem verbal, como não verbal, explica Irina Golovanova.

"Kamala acabou por mandar aqui, porque até chegou ao centro, à espera que ele também fosse chegar ao centro para se cumprimentarem com pessoas bem educadas, como seria o normal, só que ele não faz isso, mas ela não se perde, vai procurá-lo na mesma, fazem este cumprimento, só que já na zona de púlpito. Foi uma grande vantagem para ela, porque se afirmou como uma pessoa que manda e que decide", analisa a especialista em comunicação não verbal.

As imagens dos primeiros instantes do debate não deixam dúvidas sobre o domínio da candidata democrata, mas a Irina Golovanova destaca que a performance positiva de Kamala praticamente ao longo de todo o frente a frente:

"É interessante que ela depois vai para o seu lado direito e este é também um ponto interessante, porque podia escolher a posição de acordo com com a decisão que fazem no início, podia escolher onde ia ficar e ela escolheu que ia ficar do lado direito, tal como fizeram no debate entre o Trump e o Biden e isto faz todo o sentido. Foi uma ótima escolha, porque nós lemos da esquerda para direita, a nossa linha do tempo e da esquerda para a direita, ou seja, Trump fica no passado para nós telespectadores e ela fica no futuro, por isso foi também uma boa escolha", considera a especialista.

A forma como se olham e a expressão facial dos candidatos durante um debate é muito relevante. Irina Golovanova explica que enquanto Trump falava, Kamala desvaloriza ao abanar a cabeça ou com um sorriso. O candidato republicano também fez o mesmo, evitando quase por completo o contacto visual.

A especialista em comunicação não verbal questiona um comportamento da candidata democrata às eleições nos EUA:

"Em alguns momentos, parecia que Kamala realmente estava a ouvir Trump com atenção e aqui a minha dúvida é se era uma boa estratégia, porque nós estamos a olhar para ela, vamos sempre seguir o contacto, ou seja, olhamos para Donald Trump. Ela, de forma não verbal, direcionou a nossa atenção para Trump. A minha questão, insisto, foi de propósito ou ou não?"

Em conclusão, Irina destaca o facto de Kamala Harris cumprir as quatro regras de comunicação e gesticulação assertivas: “Nível certo, amplitude certa, é congruente naquilo que diz e é simétrica, ou seja, usa ambas as mãos, ao contrário de Trump, que tem preferência para a mão direita”, o que torna a comunicação de Trump instável.

“Por isso, todos os pontos a favor da Kamala, inclusive a Taylor Swift”, conclui Irina Golovanova, em jeito de brincadeira, em alusão ao apoio declarado pela cantora norte-americano à candidata democrata, logo após o fim do primeiro debate presidencial para as eleições de 5 de novembro.

Últimas