Eleições nos EUA

DIA D-89: pormenores que fazem toda a diferença

Opinião de Germano Almeida. A recuperação de Kamala coloca a corrida num empate técnico. Esta eleição será, tudo indica, decidida por detalhes.
KAMIL KRZACZYNSKI

Germano Almeida

1 – TODOS OS DETALHES CONTAM

A recuperação de Kamala coloca a corrida num empate técnico. Esta eleição será, tudo indica, decidida por detalhes. No Arizona, pela segunda vez em três dias, a candidata democrata surge na frente, ainda que por diferença mínima (44/43, Redfield & Wilton Strategies/The Telegraph). Há quatro anos, Biden bateu Trump no Arizona por apenas 10.500 votos, sendo primeiro democrata em 28 anos a vencer aquele estado numa eleição presidencial (e o segundo em meio século).

Em 2016, Trump havia derrotado Hillary no Arizona por 89 mil votos. Já na Geórgia, outro estado que Biden voltou a colocar no lote dos decisivos, depois de três décadas de domínio republicano (Joe bateu Donald na Geórgia em 2020 por 10.800 votos), Trump leva uma vantagem mínima sobre Kamala (um ponto percentual). Em 2016, Donald derrotou Hillary na Geórgia por 210 mil votos. Quanto ao Nevada, estado onde Biden venceu em 2020 por 34 mil votos e onde Hillary ganhou a Trump em 2016 por apenas 27 mil votos, empate total neste momento entre Trump e Kamala (mas há um mês, Donald tinha oito pontos de avanço sobre Biden).

2 – OUTRA VEZ O MIDWEST

Mas o que deve mesmo decidir é, de novo, o Midwest. No Michigan (Biden +155 mil em 2020, Trump +10.700 em 2016), Kamala surgiu inesperadamente à frente por 11 pontos numa sondagem da Bloomberg, mas aparece agora um ponto atrás de Trump (Redfield & Wilton Strategies/The Telegraph).

No Wisconsin, empate total entre Kamala e Trump. Em 2020, Biden ganhou a Trump no Wisconsin por 20 mil votos; em 2016 Trump havia batido Hillary nesse estado por 22.500 sufrágios. E na Pensilvânia, o estado de Josh Shapiro, preterido à última hora para vice-presidente do ticket democrata para Tim Walz? Trump está dois pontos à frente, ele que perdeu a Pensilvânia para Biden por 81 mil votos, mas onde venceu há oito anos, contra Hillary, por 45.500 votos.

Finalmente, a Carolina do Norte. Terreno, aparentemente, favorável aos republicanos (até Obama lá perdeu na reeleição, em 2012, para Romney), mas onde se mantém um inesperado equilíbrio: Trump dois pontos à frente de Kamala (em 2020 Trump 74.500 votos; em 2016 Trump +173 mil).

UMA INTERROGAÇÃO: Em 2008 e 2012, os eleitores independentes deram larga maioria a Obama sobre McCain e Romney. Em 2016, Trump ganhou a Hillary nos eleitores sem preferência declarada por republicano ou democrata por 46/42. Mas em 2020 Biden bateu Trump nos independentes por 52-43. Como será em 2024?

UM ESTADO: Dakota do Sul

  • Resultado em 2020: Trump 61,8%-Biden 35,6%
  • Resultado em 2016: Trump 61,5%-Hillary 31,7%
  • Resultado em 2012: Romney 57,9%-Obama 39,9%
  • Resultado em 2008: McCain 53,2%-Obama 44,7%
  • Resultado em 2004: Bush 60,3%-Kerry 37,6%

(nas últimas 13 eleições presidenciais, 13 vitórias republicanas)

-- O Dakota do Sul tem 885 mil habitantes: 81,5% brancos, 4,2% hispânicos, 2,3% negros, 1,5% asiáticos; 49,5% mulheres // 46.º em população // 49.º em riqueza

3 VOTOS NO COLÉGIO ELEITORAL

UMA SONDAGEM:

VOTO POPULAR NACIONAL | Kamala 51 - Trump 48; (NPR/PBS/Marist, 1-4 ago)

Últimas