Miguel Albuquerque, líder do PSD Madeira, considera que o partido ganhou as eleições “de forma clara e inequívoca” e afirma-se disponível para encetar conversas “com todos os partidos”, à exceção do PS, para chegar a soluções de governação.
Num discurso de vitória feito quando ainda não eram conhecidos, oficialmente, os resultados finais das eleições regionais, Miguel Albuquerque sublinhou que quer aprovar o orçamento e o programa do governo da Madeira até julho. E, por esse motivo, defende que vai "tratar” de começar a dialogar com as outras forças políticas.
“Estamos disponíveis para dialogar com todos os partidos com assento parlamentar, e obviamente o PS não é solução”, declarou.
Questionado sobre irá entregar lugares de governação a outros partidos ou apenas procurar acordos de incidência parlamentar, o líder do PSD Madeira responde que não tem “a arrogância nem a soberba do poder".
“Espero, quando chegar ao representante [da República na Madeira], ter um quadro mais estável. Mas isso não vai depender só de mim”, alertou Miguel Albuquerque, num recado às restantes forças políticas.
“O que se espera é que os partidos assumam, cada um, as suas responsabilidades e que seja possível chegarmos a entendimentos. É isso que as pessoas esperam”, declarou.
O ataque à esquerda
O até aqui também presidente do governo regional madeirense fez questão de destacar a “derrota copiosa” da esquerda, sublinhando que o PS tem menos oito mandatos do que o PSD e que, além disso, o BE e a CDU desparecem do parlamento.
Para Miguel Albuquerque, o povo madeirense “decidiu que cabe ao PSD Madeira governar”. “E é com esse sentido de responsabilidade que o vamos fazer”, assegurou.
Uma “campanha difícil”
Recordado de que o PSD perde votação e mandatos, em comparação com as eleições anteriores, Miguel Albuquerque afirma que o desgaste do partido “é residual”, e aconteceu sobretudo pelas “circunstâncias” em que concorreu a esta eleição.
O líder do PSD Madeira referiu que teve uma “campanha difícil”, em que foi “atacado de forma abjeta e soez” (“não há nenhuma condenação, é um estigma”, disse em relação ao processo na Justiça em que foi envolvido, por suspeitas de corrupção). Mesmo assim, aponta, os madeirenses deram-lhe a vitória e querem que os sociais-democratas continuem a governar o arquipélago, ao fim de 48 anos.
“É sinal de que governamos bem”, atirou.
“Mesmo alguns partidos que esperavam subir de forma exponencial não o fizeram, como o Chega”, notou, pedindo “humildade”.