Eleições Legislativas

PS não inviabiliza governo de Montenegro e Carlos César já escolheu novo líder parlamentar

Ouvido por Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos César defendeu que é "obrigação" do PS aceitar o entendimento dos portugueses e que é "normal" Luís Montenegro ser indigitado primeiro-ministro. Quanto ao novo líder parlamentar do partido, o nome será revelado esta quinta-feira, pelo líder interino, ao Secretariado Nacional do PS.

Rita Carvalho Pereira

O presidente do PS garantiu a Marcelo Rebelo de Sousa que os socialistas não vão inviabilizar o governo de Luís Montenegro e que aprovarão a escolha da AD para o cargo de Presidente da Assembleia da República. Carlos César revelou também que já escolheu quem vai liderar a bancada parlamentar do PS, enquanto o partido não elege um novo secretário-geral. 

Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, no Palácio de Belém, onde foi recebido pelo Presidente da República, Carlos César defendeu que, perante os resultados das eleições, é “normal” a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro. 

Admitindo a possibilidade de apresentação de moções de rejeição ao programa do futuro governo, Carlos César sublinha que o entendimento do PS é que a vontade popular deve ser respeitada. Por esse motivo, os socialistas não vão levar avante qualquer iniciativa que impeça a viabilização do governo. 

Não se trata de subscrever no todo ou em parte o programa eleitoral da AD. Trata-se de subscrever o entendimento que os portugueses tiveram do governo que pretendem na próxima legislatura. Essa é a nossa obrigação”, defendeu.

Novo PAR: PS deve aprovar nome proposto pela AD

Em relação à eleição do novo presidente da Assembleia da República, o líder interino dos socialistas afirma quecabe à AD apresentar um candidato ao cargo, assim como cabe ao PS apresentar um candidato a vice-presidente.

“Todos os que têm esse direito apresentam candidatos e todos devem eleger o que todos propõem”, defendeu. “O que me lembro do ano passado é que, se não fosse o PS, não tinha sido eleito presidente da Assembleia da República o dr. Aguiar-Branco.”

Quanto à possibilidade de incumprimento dessa orientação de voto, por parte dos deputados socialistas, Carlos César entende que “sempre existiu”, mas insiste que “a palavra das pessoas e das instituições “deve ser honrada”.

Ouviu Carneiro? Não tenho de articular com nenhum candidato"

Questionado sobre se este posicionamento transmitido ao Presidente da República foi articulado com aquele que é o único candidato conhecido à liderança do PS, Carlos César responde que não tem de se concertar com candidatos. 

Não tenho de articular com nenhum candidato a secretário-geral do PS porque o período de apresentação de candidaturas a essecargo no PS aindanão terminou”, atirou o líder interino do partido. 

Carlos César acrescentou que articula, sim, com as pessoas que entende serem “úteis”. 

“O meu entendimento é aquele que eu acho que o PS tem. 

O presidente do PS recusou-se também a falar sobre a posição assumida por José Luís Carneiro, que admitiu, enquanto eventual futuro líder socialista, viabilizar o Orçamento do Estado do próximo governo. 

“Cada um fala por si. Eu falo em nome do PS, que é aquilo que me compete”, declarou. 

A propósito do próximo secretário-geral do PS – que será eleito no final do próximo mês, depois de Pedro Nuno Santos ter já apresentado a demissão na sequência da derrota eleitoral -, Carlos César traças as prioridades para essa liderança. Avisa que é importante que se assuma como alternativa à AD, com um resultado forte jás nas eleições autárquicas do outono. E que terá de assumir o papel de motor de debate e reflexão sobre o insucesso nestas eleições e como recuperardele. 

Para Carlos César, o PS está “numa situação momentaneamente difícil” e terá de fazer uma “reflexão muito séria”, uma vez que “os culpados não são os eleitores”. “A culpa será sempre nossa”, frisou.

Defendeu ainda que o PS não terá de se inclinar para a direita nem guinar à esquerda para ser alternativa. Terá de se inclinar para as aspirações dos portugueses”, apontou.

Escolha de líder parlamentar não foi "difícil" nem "polémica"

Carlos César foi, por fim, questionado sobre quem será o líder parlamentar do PS no início desta nova legislatura – uma vez que o partido ainda não terá um novo secretário-geral e que a anterior líder da bancada socialista, Alexandra Leitão, fica fora do Parlamento para ser candidata à Câmara de Lisboa nas autárquicas. 

Carlos César respondeu que já tomou uma decisão, mas rejeitou avançar com um nome ou sequer traçar um perfil do deputado escolhido. Limitou-se a afirmar que a decisão não foi “difícil de tomar” nem será “polémica”. 

A escolha, adiantou, vai ser transmitida esta quinta-feira ao Secretariado Nacional do PS e no dia 3 de junho, pela manhã, ao grupo parlamentar do partido.

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