Eleições Legislativas

Autarca de Sintra acusa AD de “liberalismo serôdio” e diz que aliança com IL seria “explosiva”

Na sua intervenção no almoço do PS, Basílio Horta chamou por algumas vezes "Intervenção Liberal" à IL e dirigiu-se a Pedro Nuno Santos como "primeiro-ministro".

José Manuel Mestre

André Palma

Vítor Caldas

Rui Violante

Tiago Romão

Pedro Nuno Santos passou o dia em Lisboa e arredores. Ao almoço, nos Bombeiros de Queluz, ouviu o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, acusar a AD de “liberalismo serôdio”, que pode ser explosivo se lhe juntar a Iniciativa Liberal, a que chamou de “intervençãoliberal. 

O presidente da Câmara de Sintra apontou "à desgraça em que o CDS se tornou", apelou ao voto dos democratas-cristãos no PS e acusou o Governo de incompetência durante o apagão.

"E o líder do AD diz que a seguir podem fazer um acordo eleitoral e só recua quando aquilo que resta do CDS, ainda bem que o Adelino Amaro da Costa e o Diogo [Freitas do Amaral] não estão vivos para ver a desgraça em que o CDS se tornou", afirmou o autarca eleito pelo PS e um dos fundadores do CDS durante um almoço no quartel dos bombeiros de Queluz, em Sintra, a propósito de uma eventual coligação entre a AD e a IL.

Durante o discurso, Basílio Horta disse ainda que os democratas-cristãos "só podem votar no Partido Socialista, mesmo não sendo socialistas" e realçou a incompetência", que salientou ser "transversal a todo o Governo".

"É o caso que aconteceu no último apagão. Não tivemos um aviso, uma coordenação, não tivemos uma sugestão, se nós, Sintra, e os outros concelhos, não tivessem atuado por si, teríamos uma desgraça nacional", salientou.

Mas, para além da incompetência do Governo, o autarca disse haver um "problema muito sério a nível de Portugal" e que é o facto da AD, que "por si já tem uma grande parte de um liberalismo serôdio", querer "ir mais longe e mais fundo" com uma aliança com a IL.

"É mais do que explosivo"

Nesta intervenção, Basílio Horta chamou por algumas vezes "Intervenção Liberal" à IL e dirigiu-se a Pedro Nuno Santos como "primeiro-ministro".

"É mais do que explosivo, senhor secretário-geral. E é absolutamente inconcebível que que o primeiro-ministro, aflito, venha dizer que são boatos. A mentira completa", referiu, considerando que, assim, deu continuidade "à senda de pouco esclarecimento e de penumbra que rodeia a sua atividade política".

Basílio Hora referiu ainda que Pedro Nuno Santos, nestas eleições, representa "não apenas os socialistas", mas "todos aqueles que não entendem a democracia sem direitos sociais".

"Se eu ainda me recordo, não pode haver um único democrata-cristão em Portugal que seja democrata-cristão e que bom que é agora ouvir Leão XIV querer reformar a doutrina social da Igreja em função daquilo que é a desumanização provável da inteligência artificial, que bom que é ouvi-lo dizer isso, mas dizia-lhe, não há um único democrata-cristão que possa aceitar isto. Só podem votar no PS, mesmo não sendo socialistas", defendeu.

O autarca recordou ainda o antigo Presidente da República Jorge Sampaio para falar de "ética republicana".

"Nós temos de ter um Governo que respeite a ética republicana. Todos nós sabemos que os governantes têm um passado, com certeza são advogados, são negociantes, claro que sim, não podem é transmitir esse passado quando exercem funções políticas. Isso é que não e quando há dúvidas sobre isso, têm que esclarecer até à última", sublinhou.
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