O ex-ministro e antigo dirigente do CDS, António Pires de Lima, considerou esta segunda-feira que o partido “morreu ontem” sem a oportunidade “de passar pela última estação”.
Numa publicação na rede social Facebook, Pires de Lima afirma que, após 48 anos de representação parlamentar, o CDS “vai, realmente, fazer muita falta à democracia portuguesa”.
“Na ausência de dois Congressos – um solicitado e não concedido, outro marcado e depois cancelado – o CDS nem oportunidade teve de passar pela última estação”, escreve o ex-dirigente centrista, que em outubro, numa entrevista à SIC Notícias, anunciou a desfiliação do partido.
Este domingo, outra antiga figura do partido – o ex-deputado Diogo Feio – admitiu que o CDS se encontra “no patamar da total irrelevância” e apelou mesmo a uma reflexão que pode abranger a possibilidade de extinção.
“Será a altura de com seriedade e dignidade fazer uma reflexão no próximo congresso. Que rupturas fazer? Qual o caminho possível, se é que há? O que faz sentido? Tudo poderá e deverá, com dignidade institucional, estar em aberto”, referiu o ex-deputado.
Com menos de 90 mil votos e de 2% de votação nas eleições legislativas deste domingo, o CDS, um partido fundador da Democracia, perdeu, pela primeira vez, representação na Assembleia da República. Um cenário que levou à demissão do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos.