O motor da Autoeuropa voltou a funcionar, mas a meio gás.
A Autoeuropa, a fábrica portuguesa do grupo Volkswagen, fechou no início de setembro e esta segunda-feira, passado menos de um mês, retoma os trabalhos, mas de forma parcial: vai funcionar três dias por semana.
Vamos, primeiro, recuar um pouco para lhe explicar porque é que a fábrica fechou.
O Volkswagen T-Roc, o modelo produzido nesta fábrica em Palmela, tem um conjunto diversificado de fornecedores. Mas o motor conta com uma peça que até agosto era fornecida exclusivamente por uma fábrica na Eslovénia, que foi inundada, no início de agosto, depois das chuvas fortes que assolaram o país esloveno.
Sem essa peça, a Autoeuropa teve de parar a produção do T-Roc.
A perspetiva inicial era que a fábrica tivesse as portas fechadas por nove semanas, mas passado menos de um mês, volta a abrir.
Para já, os profissionais voltam a trabalhar três dias por semana, e assim que a cadeia de abastecimento estiver restabelecida, voltam aos habituais cinco dias por semana.
A peça em falta vai agora ser fornecida por duas fábricas: uma na China e outra em Espanha. E fica em cima da mesa a possibilidade de a fábrica eslovena não ser o único fornecedor desta peça no futuro.
Certo é que não vai ser cumprido o objetivo inicial da empresa, que apontava para a produção de 235 mil unidades este ano, que seria um recorde na produção deste bem-sucedido modelo.
Os trabalhadores vão continuar, para já, em regime de lay-off. E os trabalhadores temporários dispensados no início de setembro foram chamados novamente, mas alguns não quiseram voltar.
A Autoeuropa, em Palmela, é o maior investimento estrangeiro industrial em Portugal e responde por 1,5% do Produto Interno Bruto nacional. É um dos maiores exportadores do país e um dos pesos-pesados da economia portuguesa.