Crise Política

Miranda Sarmento: eleições são culpa da "coligação negativa entre PS e Chega"

Em entrevista à SIC Notícias, o ministro das Finanças diz que Luís Montenegro é "o político português mais escrutinado de sempre" e, ainda assim, "não cometeu nenhuma ilegalidade". Miranda Sarmento atira culpas à oposição - PS e Chega - pela crise política que tem o caso Spinumviva no centro de tudo.

Daniel Pascoal

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, comentou, em entrevista à SIC Notícias, a situação política no país, o caso de Luís Montenegro, a economia e a necessidade de investir em Defesa face ao cenário internacional.

Com eleições legislativas marcadas para o dia 18 de maio, os acontecimentos que ‘empurraram’ o país para a crise política foram tema de destaque. Para Joaquim Miranda Sarmento, a culpa é da “coligação negativa entre PS e Chega” e Luís Montenegro não cometeu qualquer erro no caso da Spinumviva.

“O primeiro-ministro prestou os esclarecimentos todos. É o politico português mais escrutinado de sempre. Mostrou muito mais do que foi a sua vida antes de ser líder do PSD e depois primeiro-ministro do que qualquer outro líder partidário nestes 50 anos de democracia. Se hoje vamos para eleições, é por causa, mais uma vez, da coligação negativa entre PS e Chega.”

No dia 1 março, o ministro das Finanças disse que não havia justificação para o Governo apresentar uma moção de confiança. Nem um mês depois, o Executivo fez o contrário e o país vai ter eleições. Miranda Sarmento justifica que “os factos evoluíram” e obrigaram o Governo a perguntar ao Parlamento “se havia confiança institucional”. Chega e PS votaram contra, uma intenção que já era conhecida.

Investimento em Defesa compromete outras áreas?

A necessidade de investir em Defesa é um tema cada vez mais recorrente na Europa, principalmente desde o regresso de Donald Trump à Presidência dos EUA e os consequentes conflitos entre as duas partes.

“Temos o compromisso de chegar a 2% do PIB em despesa para Defesa até 2019”, afirma Miranda Samento, não excluindo que a meta possa ser “revista” ou “antecipada”.

O ministro lembra, no entanto, que “Portugal parte com uma vantagem que a maior parte dos países europeus não têm, que é ter excedentes orçamentais”. Isto, segundo Sarmento, “dá margem para acomodar mais despesa sem prejudicar áreas sociais e outras funções do Estado”.

Face ao que sabemos hoje, é possível acomodar mais despesa em Defesa, quer por via dos instrumentos europeus, quer por via da margem orçamental, quer por via da flexibilização das regras orçamentais, sem por em causa o que hoje existe nos serviços."

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