Pelo menos quatro pessoas morreram quando um barco que transportava imigrantes foi intercetado no Mediterrâneo pela Guarda Costeira tunisina, momento em que um grupo de indivíduos tentou tomar o controlo da embarcação da corporação, disse esta quinta-feira um porta-voz militar.
Após a tentativa, a Guarda Costeira chamou reforços do exército, que puseram termo, mais tarde, à ação, disse à agência noticiosa espanhola EFE o porta-voz da corporação, Houcem Edin Jebabli.
Das 176 pessoas a bordo, cerca de 20 são cidadãos tunisinos que foram detidos pelas forças de segurança por alegado envolvimento no ataque. As restantes são de várias nacionalidades da África subsariana.
O caso foi imediatamente transferido para a brigada antiterrorista da capital, acrescentou o porta-voz.
Além disso, oito feridos foram levados para o hospital regional devido a uma insolação, um dos quais um bebé de dois meses, e outro teve de ser submetido a uma cirurgia de urgência devido a um ferimento no braço, informou uma fonte médica local.
De acordo com as imagens a que a EFE teve acesso, assim que a guarda costeira recuperou o controlo da embarcação, esta foi escoltada por dois helicópteros e meia dúzia de embarcações policiais até ao porto, enquanto uma dúzia de pessoas era algemada e imobilizada em terra sob a supervisão de vários militares.
Testemunhas de operações de interceção explicaram à EFE que os guardas costeiros efetuam muitas vezes manobras "violentas" ou retiram o motor à força para paralisar a embarcação, o que conduz a acidentes mais graves.
Dos 70.000 migrantes que chegaram este ano à costa italiana, 37.700 vieram da Tunísia, enquanto a guarda costeira tunisina intercetou mais de 23.000 pessoas que tentavam atravessar o Mediterrâneo central, a rota de migração mais mortífera conhecida, de acordo com o último relatório da Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).