"A PAR recebeu 125 pessoas, mas Portugal, no seu todo, já recebeu cerca de 370 pessoas, que estão acolhidas não só na PAR, mas também noutras instituições como a União das Misericórdias, a Cruz Vermelha, a Câmara de Lisboa ou o CPR [Centro de Acolhimento para Refugiados]", disse hoje Rui Marques à agência Lusa, dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado.
O responsável tem a expetativa de que a PAR, direcionada para o acolhimento de crianças e respetivos familiares, "venha a ultrapassar as 200 pessoas" acolhidas até ao final de junho.
"Nos próximos dias vamos receber mais refugiados. Praticamente [em] todas as semanas que se seguem há já planeamento de receção de mais famílias de refugiados. Agora a cadência de chegada é semanal e tem corrido muitíssimo bem", sublinhou Rui Marques.
O coordenador da PAR conta que após meses em que o programa de recolocação de refugiados "não funcionou", a realidade atual é bem diferente, com uma inversão deste rumo, que se acentuou nas últimas semanas com a chegada de mais refugiados a Portugal
"O processo de acolhimento está a seguir em muito bom ritmo. O balanço de acolhimento de refugiados é muito positivo", frisou Rui Marques.
A PAR contempla mais de 320 organizações da sociedade civil, nomeadamente do setor social, empresas, fundações, universidades e autarquias.
"Esta rede de organizações foi capaz de montar um programa de acolhimento de refugiados, em particular dos refugiados mais vulneráveis, que são as crianças, e felizmente muitas delas estão acompanhadas pelas suas famílias. Por isso este programa chamou-se PAR famílias", referiu o coordenador desta Plataforma.
A PAR tinha inicialmente 704 lugares disponíveis para acolhimento de refugiados - que têm vindo a ser ocupados -, número que ainda está longe de ser atingido, mas a perspetiva é a de angariar mais instituições anfitriãs, além das 110 que já existem.
"Vamos lançar agora uma campanha para aumentar a capacidade de acolhimento com mais instituições anfitriãs", anunciou Rui Marques.
No Dia Mundial do Refugiado, o coordenador da PAR deixou o aviso de que, apesar de tudo, ainda há muito a fazer.
"Há muito a fazer no sentido de que Portugal tem de manter esta posição de acolhimento e de integração de refugiados. Tem de contribuir para que a resposta europeia seja solidária e eficaz, e precisa de continuar na interação no quadro da União Europeia a sensibilizar a opinião pública para uma cultura positiva face a este drama enorme dos refugiados", alertou Rui Marques.
A PAR também apoia crianças refugiadas no Líbano - com 225.000 euros - na sua escolarização e no apoio alimentar no período letivo.
Além disso, esta Plataforma tem uma intervenção ativa na Grécia, em particular na ilha de Lesbos e em Atenas, no apoio a vários campos refugiados, com a presença de sete voluntários em regime permanente em Lesbos e três em Atenas.
Outros dos objetivos desta plataforma continua a ser a sensibilização da opinião pública portuguesa para uma cultura de acolhimento e integração dos refugiados.
A PAR -- Plataforma de Apoio aos Refugiados surgiu para ajudar a minimizar o impacto da grave crise humanitária que se vive atualmente a nível mundial.
Lusa