Coronavírus

Proteção das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca baixa consideravelmente ao fim de seis meses

Estudo britânico favorável à administração de uma dose de reforço das vacinas contra a covid-19.

Fabrizio Bensch / Reuters

SIC Notícias

A proteção contra o novo coronavírus conferida pelas vacinas da Pfizer/BioNtech e Oxford/AstraZeneca diminui significativamente após seis meses da inoculação, indica um estudo britânico divulgado esta quarta-feira.

Um mês após a administração da segunda dose, a vacina da Pfizer previne 88% de infeção pelo SARS-CoV-2, mas essa proteção cai para 74% ao fim de cinco a seis meses, de acordo com a última análise do Zoe Covid Study.

Para a vacina da AstraZeneca, a eficácia cai de 77% um mês após a administração da segunda dose para 67% ao fim de quatro a cinco meses, segundo o estudo que baseia as suas conclusões em dados recolhidos de cerca de um milhão de utilizadores da aplicação Zoe, criada por um grupo privado com o mesmo nome e depois analisados por investigadores do King's College de Londres e pela equipa de Zoe.

Os investigadores analisaram os contágios ocorridos entre 26 de maio e 31 de julho de 2021 em pessoas que instalaram a aplicação entre 8 de dezembro de 2020 e 3 de julho de 2021 após serem vacinadas.

A campanha de vacinação britânica, que atualmente já administrou uma segunda dose a 77% dos maiores de 16 anos, teve como alvos prioritários, em dezembro de 2020,os idosos e as pessoas consideradas frágeis, bem como os profissionais de saúde. Esses grupos são, portanto, de acordo com os investigadores do King's College, aqueles em que a proteção diminuiu mais.

"Num cenário mais catastrófico, no inverno teremos uma proteção inferior a 50% nos idosos e profissionais de saúde", afirma o professor Tim Spector, cientista que chefia o projeto.

Como consequência, assistiremos a “um aumento de hospitalizações e mortes” se o país estiver sujeito a elevados níveis de transmissão e a uma variante altamente transmissível.

Dose de reforço em estudo

Por estas razões o investigador afirma que "é urgente um reforço das vacinas”, o que implicaria também considerar a importância da vacinação de menores, “dependendo dos recursos vacinais”.

Essa questão da dose de reforço já está a ser analisada por vários países, incluindo Portugal.

Países como a Grécia, Israel ou o Reino Unido pretendem oferecer uma nova dose aos mais vulneráveis ​​a partir de setembro apesar da relutância da Organização Mundial da Saúde (OMS) que gostaria de dar prioridade à vacinação nos países pobres.

Vacinas contra a covid-19: as que estão a ser usadas e as que estão a caminho

Em menos de um ano desde que foi declarada a pandemia foram desenvolvidas várias vacinas em laboratórios por todo o mundo. A primeira vacina a obter autorização de emergência para inoculação foi a da Pfizer e BioNTech. O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esta vacina e a iniciar a campanha de vacinação, em dezembro de 2020.

Pandemia já fez mais de 4,4 milhões de mortos no mundo

A covid-19 provocou pelo menos 4.439.888 mortes em todo o mundo, entre mais de 212,4 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.658 pessoas e foram contabilizados 1.022.807 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Entretanto surgiram novas variantes, nomeadamente as identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

A grande maioria dos pacientes recupera, mas uma parte evidencia sintomas por várias semanas ou até meses.

Links úteis

Mapa com os casos a nível global

Últimas