Carla Araújo, internista do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, realça que se verificou um "aumento progressivo" de casos de covid-19 nas últimas semanas nos hospitais de Grande Lisboa, tanto em enfermaria como em cuidados intensivos. Adianta ainda que há mais jovens a serem hospitalizados, "muitos deles sem doença prévia".
"Temos doentes entre os 40 e 50 anos e alguns agravam a doença. Quando isso acontece têm de ser transferidos para os intensivos", diz.
"A quarta vaga veio mais cedo do que qualquer um de nos pensava", acrescenta.
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Sequelas verificadas mesmo em assintomáticos
Em entrevista na Edição da Tarde da SIC Notícias, a internista realça as sequelas deixadas pela covid-19 que têm vindo a ser verificadas:
"A doença deixa sequelas, mesmo em assintomáticos ou doentes que a tratam em casa".
Carla Araújo salienta que, neste momento, 80% das camas UCI estão ocupadas com doentes covid, alertando que os doentes não-covid também precisam de cuidados.
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Rastreio, testagem e vacinação
A internista apela a mecanismos para afastar Portugal da linha vermelha:
"Nós temos de investir num rastrear, temos que identificar cadeias, temos que testar", realça, apelando também ao cumprimento de medidas.
Apela também a um incentivo à testagem e ao contacto com a SNS 24 em caso de sintomas. Refere também que este é um momento de "muita cautela e prudência", uma vez que o "vírus continua a circular".
"Quem já esta vacinado, deve continuar a proteger-se. A si e aos outros", afirma.