O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu esta quarta-feira aos serviços de informações norte-americanos para "redobrarem os esforços" para tentar explicar a origem do novo coronavírus e exigiu um relatório num prazo de 90 dias.
"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus parceiros em todo o mundo para pressionar a China a participar numa investigação internacional completa, transparente e fundamentada em provas", acrescentou o chefe de Estado norte-americano, lamentando a atitude de Pequim em relação a este dossiê.
A teoria de que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pudesse ter saído de um laboratório chinês em Wuhan, onde o vírus foi detetado no final de 2019, foi afastada, em fevereiro passado, pela equipa internacional de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) que esteve nesta cidade localizada na região centro da China.
A teoria voltou entretanto a estar no centro das atenções depois do jornal The Wall Street Journal ter publicado esta semana um relatório dos serviços de informações norte-americanos entregue ao Departamento de Estado, a que teve acesso, que revela que pelo menos três cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan terão adoecido em novembro de 2019.
Este dado voltou a levantar a suspeita de que o SARS-CoV-2 possa ter escapado deste laboratório.
Na segunda-feira, a China negou que estes investigadores tenham adoecido, em novembro de 2019, com sintomas semelhantes aos provocados pelo novo coronavírus.
"Não houve nenhum caso de covid-19 naquele instituto no outono de 2019. A notícia é completamente falsa", disse, na segunda-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.
O relatório foi escrito nos últimos dias da administração de Donald Trump.
O documento ressalvou que os sintomas dos investigadores eram também consistentes com doenças sazonais comuns, segundo o The Wall Street Journal.
União Europeia pressiona OMS a investigar origem do SARS-CoV-2
Numa altura em que as vítimas mortais da pandemia ascendem a 3,5 milhões em todo o mundo, ressurgem os apelos para que a origem do coronavírus seja esclarecida, de forma a controlar surtos no futuro.
Meses depois da equipa de peritos internacionais ter estado em Wuhan para investigar o que a China permitiu, cresce a pressão sobre a OMS para que se cheguem a explicações conclusivas sobre a origem do vírus que continua a fustigar o planeta.
A União Europeia exige que os estudos sobre as quatro hipóteses levantadas prossigam e que haja relatórios regulares a dar conta dos avanços. Defende a UE que perceber a origem deste coronavírus poderá impedir futuras pandemias. Nos Estados Unidos o entendimento é o mesmo.
Embora as vacinas ofereçam uma janela de esperança nas nações mais ricas, há países sem programa de vacinação ou sequer capacidade de providenciar cuidados a quem sofre. Milhares de pessoas morrem todos os dias.
As novas variantes espalham-se rapidamente pelo globo e ninguém arrisca uma data para o fim da pandemia.