A Islândia anunciou hoje que vai recuar na estratégia de desconfinamento e voltar a endurecer as medidas restritivas, nomeadamente em relação aos aglomerados de pessoas, face ao ressurgimento de novas infeções pelo novo coronavírus naquele país.
Esta decisão surge quase três meses depois do início de um processo de desconfinamento gradual da população desta ilha no Atlântico Norte.
Na semana passada, 28 dos 31 novos casos da doença covid-19 identificados no território islandês tinham ocorrido por transmissão local e comunitária.
Cinco focos separados de transmissão foram identificados na região sudoeste, nomeadamente em Akranes, a cerca de 50 quilómetros da capital do país, Reiquiavique.
Uma hospitalização, a primeira desde meados de maio, foi registada na quarta-feira.
"Precisamos de reagir rapidamente", declarou a primeira-ministra islandesa, Katrín Jakobsdóttir, numa conferência de imprensa.
Neste sentido, o Governo islandês determinou novamente que o limite para grandes aglomerações passa a ser de 100 pessoas, como já tinha sido decretado em 16 de março, na fase inicial da pandemia.
Atualmente, o limite estipulado era de 500 pessoas.
O cumprimento de um distanciamento físico de dois metros entre pessoas, que se tornou uma recomendação opcional em 22 de maio, volta a ser uma medida obrigatória.
O uso de máscara passa a ser igualmente necessário em transportes públicos, em voos domésticos, ferries e em cabeleireiros quando não é possível respeitar o distanciamento físico de dois metros.
Nas zonas de fronteira, os viajantes continuam a ser testados para evitar um período de quarentena, incluindo no Aeroporto Internacional de Keflavík, principal ponto de entrada no país.
Mas agora, os turistas que visitem a ilha por um período de dez dias ou mais terão de fazer um segundo teste, seis dias após a chegada.
As novas medidas entram em vigor na sexta-feira por um período de pelo menos duas semanas.
A Islândia, que avançou com uma estratégia assente na realização em massa de testes, iniciou um processo de desconfinamento faseado no início de maio.
Em 04 de maio, foram reabertas as escolas, as universidades e os cabeleireiros, dias mais tarde, em 18 de maio, foi a vez das piscinas.
Em 25 de maio, os ginásios, os bares e as discotecas também começaram a funcionar.
A entrada no país para turistas estrangeiros, neste caso de viajantes do espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação), foi permitida em 15 de junho, antes de ser alargada aos viajantes dos países considerados mais seguros.
Desde o início da pandemia, a Islândia registou 1.872 casos da doença covid-19, dos quais 39 estão atualmente ativos.
Mais de 667 mil mortos e 17 milhões de infetados em todo o mundo
A pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus já provocou a morte de pelo menos 667.361 pessoas e infetou mais de 17.053.650 em todo o mundo, segundo o balanço feito pela Agência France-Presse (AFP) às 11:00 de hoje
Há apelo menos 9.759.200 pessoas consideradas curadas.
Países mais atingidos
O balanço indica ainda que, na quarta-feira, foram registadas 6.687 mortes e 285.318 novos casos no mundo. Os países que registaram o maior número de novas mortes nos seus últimos balanços foram o Brasil, com 1.595 óbitos, os Estados Unidos (1.267) e a Índia (775).
- Estados Unidos, com 150.716 óbitos em 4.427.493 casos
- Brasil, com 90.134 mortes em 2.552.265 casos,
- Reino Unido, com 45.961 mortes (301.455 casos)
- México, com 45.361 mortes (408.449 casos)
- Itália, com 35.129 mortes (246.776 casos).
Entre os países mais duramente atingidos, a Bélgica é aquele que tem o maior número de óbitos em relação à sua população, com 85 mortes por 100.000 habitantes, seguida pelo Reino Unido (68), Espanha (61), Itália (58) e Perú (57).
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabiliza oficialmente um total de 84.165 casos, (105 novos casos nas últimas 24 horas), incluindo 4.634 mortes e 78.957 recuperados.
A Europa totalizava, às 11:00 de hoje, 209.358 mortes para 3.135.632 casos, a América Latina e Caraíbas 191.827 mortes (4.632.894 casos), os Estados Unidos e Canadá 159.664 óbitos (4.542.739 casos), a Ásia 60.775 mortes (2.697.189 casos), o Médio Oriente 26.666 óbitos (1.134.152 casos), África 18.851 mortes (893.051 casos) e a Oceania 220 mortes para 17.994 casos do novo coronavírus.
Portugal com 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quinta-feira a existência de 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia.
O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.725 para 1.727, mais dois em relação a ontem, enquanto o número de infetados aumentou de 50.613 para 50.868, mais 255, o que representa um aumento de 0,5%.
Há 403 doentes internados, o mesmo número em relação a ontem. 42 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos um face a quarta-feira.
O número de casos recuperados subiu de 35.875 para 36.140, mais 265.
Links úteis
- Especial sobre o novo coronavírus Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)