As análises aos cidadãos repatriados por Portugal que chegaram no domingo a Lisboa vindos da China deram negativo ao novo coronavírus, informou a Direção Geral da Saúde (DGS).
"A DGS informa que os testes laboratoriais realizados pelo INSA [Instituto Ricardo Jorge] foram todos negativos", indica.
Na mesma nota, a DGS diz que os cidadãos "vão continuar a ser acompanhados por dois médicos da Sanidade Internacional, que vão garantir a vigilância ativa duas vezes por dia e estarão sempre disponíveis para contacto".
Fonte europeia avançou inicialmente que eram 17 cidadãos portugueses a pedir para regressar de Wuhan, mas acabaram por regressar 20 pessoas a Portugal, incluindo dois diplomatas portugueses que acompanharam o regresso, e duas cidadãs brasileiras.
A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário sobre o grupo de portugueses e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.
A ministra Marta Temido explicou ontem à noite, em conferência de imprensa, que no trajeto do segundo avião que repatriou franceses da cidade chinesa de Wuhan, em que também viajou o grupo de 20 que chegou a Lisboa, foi seguido "um protocolo de voo que permitiu a viagem em condições de não contacto" entre os passageiros.
À chegada a Marselha, 20 das pessoas repatriadas por França apresentaram sintomas de possível contágio e foram sujeitas de imediato a análises e exames médicos, mas soube-se já esta manhã que os resultados deram negativo.
A ministra da Saúde afirmou que as 20 pessoas retiradas da China que chegaram a Lisboa vão ficar em isolamento e fazer análises para despistar o novo coronavírus, cujos resultados serão apresentados “nas próximas horas”.
Marta Temido explica que grupo vai passar 14 dias em isolamento profilático
Durante esse período, as 20 pesspas não poderão receber visitas, mesmo que controladas.
No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.
A China elevou hoje para 362 mortos e mais de 14 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As Filipinas anunciaram também hoje a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, a primeira vítima fatal fora da China.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quinta-feira, uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional por causa do surto.
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