A varicela é uma doença altamente contagiosa provocada pelo vírus varicela zoster do grupo dos herpesvírus. Nas crianças os sintomas incluem tipicamente o aparecimento de pequenas manchas vermelhas, que evoluem em três a quatro dias para vesículas, que são pequenas bolhas com líquido no seu interior.
Estas vesículas, que aparecem inicialmente no peito e tronco e depois se vão espalhando pelo corpo, vão ao longo do tempo progredindo para crostas, já na fase mais final da doença. Para além destas lesões na pele, o que costuma gerar mais desconforto é a comichão associada. Pode ainda surgir febre ligeira, dor de cabeça, desconforto e falta de apetite. Felizmente a doença costuma ser autolimitada e resolve-se em aproximadamente uma semana.
A varicela é muito contagiosa e por isso a grande maioria da população já a teve em alguma altura da vida. Transmite-se por contacto direto quando alguém toca nas borbulhas ou em objetos contaminados, e também por gotículas de saliva existentes no ar da pessoa com varicela, quando tosse ou espirra. Estima-se que, perante um caso de infecção, 90% das pessoas próximas estarão também infetadas.
Para saber mais sobre o contágio da varicela e quais os grupos de risco assista ao vídeo da Consulta Aberta desta semana.
Adultos ou adolescentes que não tenham tido varicela podem ser infectados, e nestes a doença pode apresentar-se de forma mais grave.
É por isso que surgem frequentemente dúvidas sobre a vacina que protege da varicela. Em Portugal já temos vacinas disponíveis mas não estão incluídas no Plano Nacional de Vacinação. Ainda assim, está autorizada e disponível para prescrição pelo seu médico caso faça sentido.
Se planeia engravidar e nunca teve varicela, por exemplo, pode falar com o seu médico, fazer análises para saber se é de facto das poucas pessoas que nunca foi infetada, e eventualmente fazer a vacina antes de engravidar.
Outras pessoas que devem perguntar ao médico se vale a pena fazer a vacina são adultos ou adolescentes que nunca tiveram a doença, pessoas não imunes que trabalham em creches ou sítios com elevado risco de contágio, ou pessoas com doenças crónicas e que interferem com o sistema imunitário.
Mesmo sendo vacinado, pode ter varicela, mas habitualmente nesse caso os sintomas são mais ligeiros. Felizmente, para a maioria das pessoas isto não será uma preocupação, mas se ficar com dúvidas, fale com um profissional de saúde.