Cimeira do Clima

Índia avisa que sucesso da Cimeira do Clima depende de ajuda de países ricos a pobres

O ministro do Ambiente da Índia avisou hoje que o sucesso das negociações a decorrer em Paris para obter um acordo sobre combate às alterações climáticas não está garantido, porque os países ricos recusam as preocupações dos mais pobres.

O mundo desenvolvido "não está a aceitar e não está a mostrar flexibilidade" relativamente às preocupações dos países em desenvolvimento, disse Prakash Javadekar a jornalistas.

A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) está a decorrer em Paris desde 30 de novembro e tinha encerramento previsto para hoje, mas foi adiado para sábado, já que os representantes dos 195 países mais União Europeia não conseguiram ainda chegar a acordo.

O objetivo é obter um documento de consenso sobre redução das emissões de gases com efeito de estufa, para evitar a subida da temperatura média acima de dois graus de modo a prevenir a frequência de fenómenos extremos como ondas de calor, secas, cheias ou subida do nível do mar, e encontrar formas de financiar a adaptação, principalmente dos países mais vulneráveis.

"O Presidente francês, François Hollande, foi duas vezes avisado que, se o mundo desenvolvido não mostrar espírito de cooperação, o sucesso [do acordo] de Paris não está garantido", alertou o ministro indiano.

Quando os jornalistas lhe pediram para explicar esta posição, Prakash Javadekar disse que "se trata essencialmente dos assuntos relacionados com a diferenciação e a equidade".

A diferenciação refere-se a uma maior responsabilização dos países desenvolvidos pelo aquecimento global, e o princípio da equidade diz que os países pobres devem ser ajudados, com fundos ou de outras formas, pois estão mais vulneráveis às alterações climáticas.

O responsável francês tinha falado da possibilidade de as negociações de Paris acabarem em fracasso, nomeadamente se os países ricos não cumprirem com a sua parte para obter 100 mil milhões de dólares (91 mil milhões de euros) por ano até 2020 para financiar a adaptação das nações em desenvolvimento aos impactos das alterações climáticas.

"Não haverá acordo...se não existir um compromisso firme na parte financeira", disse François Hollande, em setembro.

EA // JMR

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