Caso Maddie

Caso Madeleine McCann: 18 anos de investigações, buscas e suspeitas que permanecem sem resposta

Nos últimos 18 anos, as autoridades seguiram centenas de pistas, mas, até hoje, não conseguiram perceber o que aconteceu naquela noite a Madeleine McCann. É um dos maiores mistérios da investigação criminal em todo o mundo.

Sofia Cordeiro Coelho

A 3 de maio de 2007, pelas 10 horas da noite, Madeleine McCann desaparecia sem deixar rasto. Segundo os pais, ficou no apartamento a dormir, enquanto a mãe e o pai, a pouco mais de 50 metros, jantavam fora com um grupo de amigos. Estava quase a fazer quatro anos.

Antes das buscas que agora decorrem, o caso já tinha sido investigado duas vezes: pela polícia portuguesa e pela britânica. Mais de 20 pessoas foram consideradas suspeitas, mas até hoje ainda não se percebeu o que aconteceu a Maddie.

Foram reportados vários avistamentos

Os primeiros indícios apontavam para rapto. Mais de 300 polícias e cães treinados varreram 30 quilómetros de costa, escavaram, fizeram perícias em casas e automóveis e interrogaram dezenas de pessoas.

Cedo surgiram os primeiros avistamentos: Marrocos, Suíça, Bélgica; a maioria eram pistas falsas.

Duas semanas depois do desaparecimento, Robert Murat, um dos moradores da vila, foi constituído arguido depois de 14 horas de interrogatório. Quatro meses depois, eram os pais, Kate e Gerry, também constituídos arguidos.

Inspetor da PJ acusa os McCann de simular rapto

A investigação acabou arquivada a 21 de julho de 2008, por falta de provas.

Três dias depois, foi publicado o livro de Gonçalo Amaral, o inspetor da PJ que esteve à frente do caso nos primeiros cinco meses e que defendia a tese de que Maddie tinha morrido por acidente naquela noite, no apartamento, e que os pais simularam um rapto para esconder o corpo da filha.

"Nós seguimos um determinado rumo, um determinado objetivo, que era solidificar a prova, os indícios que já existiam relativamente à morte da menina. Existia um entendimento entre a polícia portuguesa e inglesa de que tal tinha acontecido, com grande grau de probabilidade", afirmou Gonçalo Amaral, ex-Inspetor da Polícia Judiciária (PJ), em julho de 2008.

Os McCann avançaram com um processo por difamação, e a juíza deu-lhes razão, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal da Relação.

Christian Brückner é o principal suspeito

Um ano depois de terminar a investigação em Portugal, por falta de provas, as autoridades britânicas continuaram a investigar.

O inquérito acabou por ser reaberto pelo Ministério Público no final de 2013, devido ao surgimento de novos indícios, mas não foi descoberta nenhuma informação relevante sobre o paradeiro de Madeleine McCann.

Nas buscas que agora começam, procuram-se provas que liguem o caso a Christian Brückner, considerado pela polícia alemã o principal suspeito do desaparecimento de Maddie, hoje com 22 anos.

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