Ao longo dos últimos anos, e com maior incidência nos primeiros meses de investigação, foram muitos os suspeitos e várias as detenções feitas no âmbito do desaparecimento de Maddie.
Apesar de, por mais do que uma vez, as suspeitas terem recaído sobre os pais, Kate e Gerry não foram os únicos alvos das autoridades portuguesas e britânicas.
AS PRIMEIRAS PISTAS
As buscas por Maddie trouxeram as primeiras conclusões de relevo oito dias após o desaparecimento. Depois de uma revista detalhada por todos os apartamentos vizinhos do local onde estava a criança, os cães pisteiros encontraram um rasto da menina entre o quarto onde dormia e o apartamento de outro casal inglês.
O casal suspeito teria abandonado o aldeamento na mesma altura em que Maddie desaparecera. Foram detidos mas acabaram por sair em liberdade.
O PRIMEIRO ARGUIDO
Desde o dia do desaparecimento de Maddie, Robert Murat mostrou-se sempre muito prestável, tanto com os jornalistas como com as autoridades.
A constante presença do cidadão de nacionalidade britânica, com casa a cerca de 100 metros do apartamento onde estava a família McCann, contribuiu para que surgissem as suspeitas.
Murat, que tinha na altura 35 anos, foi constituído arguido depois de ter sido interrogado durante várias horas pela PJ e de a sua casa ter sido alvo de buscas. Ainda assim, amigos e vizinhos do britânico diziam não acreditar no seu envolvimento no caso. É também afastado da filha, que tinha a mesma idade de Maddie.
Voltou a ser interrogado dois meses depois do desaparecimento e, em outubro, quebra o silêncio pela primeira vez, com uma entrevista à BBC em que fala em cinco meses "muito difíceis" e revela a frustração por não poder falar sobre o processo.
Com o arquivamento do caso, em julho de 2008, Murat perde o estatuto de arguido. Cinco anos mais tarde, o processo é reaberto e, em dezembro de 2014, volta a ser interrogado pela PJ, mas na qualidade de testemunha.
UM PEDÓFILO COM (E SEM) ÁLIBI
Em maio de 2009, dois anos após o desaparecimento, um pedófilo britânico é considerado suspeito no caso pois encontrava-se no Algarve na mesma altura. A informação é avançada pela imprensa britânica.
Raymond Hewlett, de 64 anos, estava alegadamente a viver em Tavira, a cerca de uma hora da Praia da Luz, na data do desaparecimento de Maddie.
É também a imprensa britânica que revela "um passado conhecido de ataques a meninas que remonta a 1972", quando o ex-soldado foi condenado por abusos a uma rapariga de 12 anos.
Um ano depois, quebra o silêncio numa entrevista ao jornal Sunday Mirror, na qual revela que se recusa a apresentar um álibi para a noite do desaparecimento, mas nega ter morto Maddie.
Hewlett confirma que "há uma uma pessoa que pode dizer" onde estava naquele 3 de maio de 2007, mas reitera que não a quer trazer para o caso.
As suspeitas não ganham contornos judiciais e o homem acabou por morrer ainda em 2010, vítima de um cancro na garganta.
O RETRATO DE UM NOVO SUSPEITO
Em outubro de 2013, após a reabertura do processo, a polícia britânica divulgou dois retratos robô de um homem que considera prioritário identificar no âmbito da investigação.
A divulgação dos retratos acaba por não abrir a caminho a avanços consideráveis na investigação.
SEM SAIR DO OCEAN CLUB
Em março de 2014, as autoridades acreditam ter dado um passo decisivo no desfecho do caso, com a identificação de Euclides Monteiro, um antigo funcionário do Ocean Club - o resort de onde Maddie desapareceu -, que falecera em 2010.
Os investigadores acreditam que o homem poderá ser o elo de ligação com os cinco casos de agressão sexual que envolveram crianças estrangeiras de férias no Algarve, em 2004, e com o desaparecimento de Maddie.
Numa entrevista à SIC, a irmã de Euclides, Paula Batista, sai em defesa do novo suspeito e pede que a investigação deixe tudo esclarecido.
SEM FIM À VISTA
Com a existência de dois processos judiciais - o português e o britânico -, os últimos interrogatórios com relativo relevo para a investigação acontecem em julho de 2014.
Quatro arguidos do processo no Reino Unido e 11 testemunhas são interrogados pela PJ de Faro, no âmbito da cooperação judiciária. As inquirições são acompanhadas por elementos da Scotland Yard e acontecem paralelamente a novas buscas na zona da Praia da Luz.
Mais de 3.600 dias depois do desaparecimento, o caso continua a atrair a atenção da imprensa internacional, mas a pergunta das perguntas continua sem resposta: o que aconteceu, afinal, a Madeleine McCann?