Terça-feira, 4 de julho, foi o dia mais quente desde que há registos, batendo o recorde estabelecido na véspera, de acordo com medições preliminares feitas por um observatório meteorológico americano. Desde o início de junho que as temperaturas globais alcançam quase diariamente níveis nunca antes registados.
No dia 4 de julho, a temperatura média do ar na superfície do planeta foi medida em 17,18°C por uma organização dependente da Agência Americana de Observação Oceânica e Atmosférica (NOAA), dado que ainda não foi confirmado oficialmente.
Este valor supera os 17,01°C medidos na segunda-feira e que já bateram por uma margem significativa o anterior recorde diário (16,92°C) estabelecido a 14 de agosto de 2016 e repetido a 24 de julho de 2022, segundo os dados do National Centers for Environmental Prediction do NOAA avaliados por investigadores do Climate Reanalyzer da Universidade do Maine.
Ao que os investigadores apuraram, quarta-feira 5 de julho registou a mesma temperatura média.
O cientista climático da Universidade do Maine, Sean Birkle, criador do Climate Reanalyzer, salienta que os números diários não são oficiais, mas são informação útil para o que está a acontecer no mundo no que diz respeito ao aquecimento global.
Na segunda-feira dia 3 de julho foi ultrapassada pela primeira vez a marca dos 17ºC.
A temperatura média diária do ar à superfície do planeta no dia 3 de julho foi medida em 17,01°C por um organismo ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
Em junho, vários recordes foram batidos na Ásia e o Reino Unido experimentou o junho mais quente já registado, enquanto o México e o Texas foram atingidos por uma onda de calor extremo. Pequim registou durante nove dias consecutivos temperaturas acima dos 35ºC.
O ano 2022 foi o oitavo consecutivo onde as temperaturas médias mundiais foram superiores em pelo menos um grau aos níveis observados entre 1850 e 1900.
Observatório europeu Copernicus confirmam dia mais quente
O observatório europeu Copernicus indicou na quarta-feira que as "medições preliminares para segunda-feira, 3 de julho, confirmam que foi o dia mais quente" de todos os que são registados no banco de dados ERA5 desde 1940.
Para o dia 4 de julho ainda não tinha dados disponíveis.
"A temperatura média global a 2 metros atingiu 16,88°C na segunda-feira, superando o recorde anterior de 16,80°C, datado de agosto de 2016", disse fonte do Copernicus à AFP.
Já no início de junho, as temperaturas médias globais foram as mais quentes alguma vez registadas para este período pelo serviço europeu Copernicus, batendo recordes anteriores por uma “margem substancial”.
Estes recordes, que ainda não foram confirmados, provavelmente serão batidos novamente assim que o Hemisfério Norte entrar na temporada de verão e a temperatura média global continuar a subir até o final de julho e início de agosto.
2023 poderá registar recordes de calor
Os cientistas alertam que 2023 poderá registar recordes de calor à medida que as mudanças climáticas causadas pelo homem, impulsionadas em grande parte pela queima de combustíveis fósseis como carvão, gás natural e petróleo, aquecem a atmosfera.
Estas observações são uma provável amostra do fenómeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais.
A 8 de junho, a NOAA anunciou a chegada oficial do El Niño, garantindo que "poderia levar a novos recordes de temperatura" em certas regiões.