Alterações Climáticas

Ativistas da Greenpeace sobem ao edifício do Conselho da UE contra acordo com Mercosul

Ativistas da Greenpeace subiram ao edifício Europa do Conselho da União Europeia numa ação para contestar o acordo comercial com o Mercado Comum do Sul (Mercosul), enquando os ministros da tutela se reúnem em Bruxelas.

Geert Vanden Wijngaert

SIC Notícias

Lusa

O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi alvo de protestos por parte de ativistas da Greenpeace. Enquanto os ministros da tutela reúnem em Bruxelas, os militantes subiram ao edifício Europa do Conselho da União Europeia.

Cerca de 20 ativistas da Greenpeace concentraram-se em frente ao edifício que acolhe a reunião dos ministros europeus do Comércio, cinco dos quais escalaram a fachada para colocar cartazes com a mensagem: “pare com o acordo UE-Mercosul”.

A polícia belga está no local para impedir a passagem de peões junto à area da ação de contestação.

Através da rede social Twitter, a Greenpeace Europa confirma que os ativistas "estão neste momento a escalar o Edifício Europa, em Bruxelas, onde os ministros do comércio da UE se reunirão ainda hoje para discutir o acordo comercial com o Mercosul".


Na visão desta organização não-governamental ambiental, "este acordo é um desastre para a natureza, para os agricultores e para os direitos humanos", sendo por isso "altura de parar com o acordo UE-Mercosul".

"O acordo UE-Mercosul ameaça aumentar o comércio de carne de vaca barata, peças de automóveis e pesticidas tóxicos, mesmo aqueles cuja utilização é proibida na Europa", critica a Greenpeace Europa, apelando a que os ministros europeus do Comércio "impeçam a Comissão Europeia de levar por diante este acordo tóxico".

Jorgo Riss, diretor do Greenpeace Europa, afirmou ainda que "o mundo está a pegar fogo e os governos estão a deixar arder".

O acordo comercial da UE com os países do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - foi estabelecido pelas partes em 2019, altura em que foram concluídas as negociações, mas a sua ratificação está paralisada por causa das reservas ambientais colocadas por diversos Estados-membros, principalmente de França.

De momento, a UE está a trabalhar numa declaração que especifica os compromissos ambientais, especialmente no caso do Brasil, devido ao combate à desflorestação da Amazónia, e à garantia do cumprimento do Acordo do Clima de Paris.

Este acordo comercial UE-Mercosul envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população do mundo.

No âmbito do Conselho de Comércio, os ministros discutirão as negociações bilaterais em curso sobre este acordo comercial, cuja ratificação continua bloqueada e sobre a qual não se esperam avanços em breve.

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