Alterações Climáticas

Milionário doa 100% da empresa ao planeta Terra e ao combate às alterações climáticas

“A Terra é agora o nosso único acionista”, diz o dono da marca de roupa Patagonia.

Michael M. Santiago´/ AP

SIC Notícias

O fundador da marca de roupas Patagonia, o norte-americano Yvon Chouinard decidiu, aos 83 anos, doar o seu negócio a uma associação que luta contra as alterações climáticas.

Yvon Chouinard poderia ter vendido a marca, avaliada em três mil milhões de dólares, segundo o New York Times, ou entrar em Bolsa. Mas, com o acordo da sua esposa e dos dois filhos, decidiu transferir 100% das suas ações na empresa para um fundo responsável por garantir que os seus valores sejam respeitados e para uma associação que luta contra a crise ambiental e a proteção da natureza.

“A Terra é agora o nosso único acionista”, escreveu Yvon Chouinard numa carta publicada no site de Patagonia.

"Apesar de sua imensidão, os recursos da Terra não são infinitos e está claro que ultrapassámos os seus limites. Em vez de extrair valor da natureza e transformá-lo em riqueza, estamos a usar a riqueza que a Patagónia cria para proteger a fonte."

Fundada há quase 50 anos, a empresa Patagónia sempre se envolveu na proteção da natureza, escolhendo escrupulosamente as suas matérias-primas ou doando 1% de suas vendas anuais a ONG ambientais.

Mas para o seu dono, ainda não era suficiente.

"Uma opção era vender a Patagónia e doar todo o dinheiro. Mas não podíamos ter certeza de que um novo proprietário manteria os nossos valores ou manteria todos os nossos funcionários", explicou.

E entrar na Bolsa teria sido "um desastre", previu: "Mesmo empresas cotadas que têm boas intenções estão sob muita pressão para gerar lucros a curto prazo às custas de vitalidade e responsabilidade de longo prazo".

A Patagonia continuará a ser uma empresa que funcionará com um conselho de administração e um gerente geral. A família Chouinard continuará a "orientar" o trabalho do fundo Patagonia Purpose Trust e da associação norte-americana Holdfast Collective.


Milionários que doaram a fortuna

  • O fundador da Microsoft, Bill Gates, prometeu este ano "abandonar" a lista dos mais ricos do mundo ao fazer uma doação de 20 mil milhões de dólares ao seu fundo filantrópico.
  • MacKenzie Scott, ex-mulher de Jeff Bezos, doou este ano cerca de 395 milhões de euros à organização não governamental “Habitat for Humanity“, que constrói casas para sem-abrigo. Prometeu mais 372 milhões de euros para serem distribuídos por missões que existem noutros 84 países, entre os quais a ajuda aos refugiados ucranianos que fugiram do seu país após a invasão da Rússia.
  • No ano passado, o chefe do Hut Group, que possui uma série de marcas online de beleza e nutrição, doou 100 milhões de libras para uma fundação de caridade depois de se tornar bilionário. Matthew Molding dissena altura que "nem conseguia compreender os números" e estava a tentar fazer a diferença.
  • Em 2021, Elon Musk doou cinco mil milhões de euros a instituições de caridade.
  • Em 2019, Julian Richer, que fundou a rede de alta fidelidade Richer Sounds, entregou 60% dos negócios aos funcionários.

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